Depois de encostar nos 108 mil pontos ao recuar 1,19% no começo da sessão, o Ibovespa reverteu a tendência e fechou na máxima intradia, aos 110.405 pontos, com 0,81% de ganhos.
As perdas do índice foram puxadas pela tendência negativa de Wall Street, que registra seu quinto dia seguido de queda em meio aos temores de uma nova elevação de 0,75 ponto percentual nos juros.
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Já os ganhos do Ibovespa foram impulsionados pela divulgação de um crescimento maior do que o esperado da economia brasileira no segundo trimestre deste ano. O PIB (Produto Interno Bruto) subiu 1,2% no período de abril a junho, ante uma elevação de 1,1% no primeiro trimestre (valor revisado para cima ante 1% divulgado anteriormente).
Na base anual, o PIB do Brasil registrou um avanço de 3,2%. O consenso do mercado apontava uma alta de 0,9% na base trimestral e de 2,8% na base anual.
Para Rodrigo Sodré, economista e sócio da BRA, os dados do PIB vieram em linha com o saldo positivo na criação de empregos em julho revelado pelo Caged. “No entanto, é preciso estar atento nos próximos trimestres às consequências do aperto monetário e da desaceleração da economia global”, diz.
O alto nível do endividamento das famílias é um fator negativo, de acordo com o economista, por frear o nível de consumo da população e diminuir a injeção do 13º salário de aposentados e servidores na economia.
O setor de varejo foi destaque entre as quedas do Ibovespa nesta quinta. As ações do Grupo Pão de Açúcar (PCAR3) caíram 5,26%, Petz (PETZ3) perdeu 2,49%, Via (VIIA3) recuou 0,62%, e Americanas (AMER3) cedeu 0,98%.
Já o Magazine Luiza (MGLU3) navegou na direção contrária e fechou com alta de 2,34%, a R$ 4,11.
O noticiário também contou com uma nova divulgação de corte no preço de venda da gasolina às refinarias pela Petrobras. A estatal indicou uma redução de 7% no valor, equivalente a R$ 0,25. Trata-se do quarto corte consecutivo de preço pela Petrobras – o combustível está agora no menor nível desde março.
As ações da petroleira iniciaram a sessão em campo negativo, mas viraram para alta ao longo do dia e ajudaram o Ibovespa a subir. Ao final do pregão, as ações ON (PETR3) subiram 1,80% (R$ 37,84) e as ações PN (PETR4) avançaram 1,87% (R$ 33,85).
Hoje a IRB Brasil (IRBR3) precifica o seu follow-on, que tem como objetivo arrecadar R$ 1,2 bilhão em recursos para a resseguradora se reenquadrar nas exigências de capital mínimo e de provisões técnicas do órgão regulador, a SUSEP (Superintendência de Seguros Privados).
As ações da empresa renovaram sua mínima histórica durante a sessão: os papéis IRBR3 fecharam em queda de 14,63%, a R$ 1,40.
Pelo quinto dia seguido, as bolsas em Nova York foram penalizadas pela perspectiva de aumento dos juros: o Dow Jones fechou em queda de 0,47%, a 31.657,14 pontos; S&P 500 perdeu 0,30%, a 3.966,88 pontos; e o Nasdaq recuou 0,26%, a 11.785,13 pontos.
Bons indicadores da economia norte-americana divulgados hoje reforçaram as apostas do mercado de aumento de 0,75 ponto percentual nos juros em setembro.
O primeiro foi o de pedidos de auxílio-desemprego, que caíram a 232 mil na última semana, ante expectativa de 245 mil do mercado. Além disso, os dados da semana anterior foram revisados para baixo: 237 mil (ante 243 mil anteriormente).
O segundo indicador foi o PMI industrial de agosto, que caiu a 51,5 ante projeção de 51,3 – menos que o esperado.
A leitura dos investidores foi de que o mercado de trabalho segue forte, enquanto a indústria mantém uma atividade robusta. Os dados reforçam a posição do banco central dos EUA de que o aperto monetário tem espaço para ser mais agressivo.
Em mais um dia de alta, o dólar comercial subiu 0,71%, negociado a R$ 5,2383.
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