A inflação da zona do euro atingiu novo recorde este mês, superando as expectativas e consolidando argumentos a favor de mais um grande aumento das taxas de juros pelo Banco Central Europeu, mesmo antes de os preços atingirem um pico perto da virada do ano.
O aumento anual dos preços ao consumidor nos 19 países que compartilham o euro subiu para 9,1% em agosto, de 8,9% um mês antes, contra expectativa de 9% e bem longe da meta de 2% do BCE, mostraram hoje (31) dados da Eurostat, a agência de estatísticas da UE.
Os custos de energia continuaram impulsionando os preços, mas a inflação dos alimentos também subiu a território de dois dígitos, enquanto os bens industriais não energéticos, um foco particular para o BCE, mostraram um aumento de preços de 5%.
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Os números só aumentam as preocupações do BCE, que se prepara para outro grande aumento dos juros na próxima semana, mas as perspectivas são ainda mais sombrias
A alta dos preços da energia mesmo antes do início do inverno e a reversão de alguns subsídios alemães quase garantem que a inflação continuará subindo e excederá 10% antes de chegar ao pico por volta da virada do ano.
Mas, mais importante ainda, o núcleo dos preços, que elimina a volatilidade dos preços dos alimentos e da energia, continuou a subir, sugerindo que o rápido crescimento dos preços está se espalhando por toda a economia
A inflação excluindo alimentos e combustíveis saltou de 5,1% para 5,5%, enquanto uma medida ainda mais estreita, que também exclui álcool e tabaco, subiu de 4,0% para 4,3%.
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“A inflação provavelmente aumentará fortemente no próximo mês, caminhando para 10%, já que algumas medidas de alívio de energia expiram na Alemanha”, disse o UniCredit em uma nota antes da divulgação dos dados.
Tudo isso se soma às justificativas para um grande aumento dos juros pelo BCE em 8 de setembro.
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