A Web3 é um espaço inovador — e às vezes confuso — em que muitas empresas ainda estão aprendendo a navegar. Para algumas das maiores marcas do mundo, Cathy Hackl tem sido a guia essencial para o metaverso.
Hackl é uma estrategista da Web3 e futurista de tecnologia. Como fundadora e chief metaverse officer da Journey (anteriormente Futures Intelligence Group), ela apoia marcas que estão expandindo seus negócios para o mundo virtual. Sua empresa ajuda os clientes a capitalizar ferramentas como NFTs, jogos, moda e mundos virtuais e estratégias de crescimento do metaverso.
Hackl é considerada a primeira profissional a receber o título de chief metaverse officer. Apelidada de “madrinha do metaverso”, ela está na vanguarda de trazer a Web3 para a estratégia de negócios. Mas seu sucesso não começou na tecnologia. Hackl foi jornalista antes de fazer a transição para a comunicação corporativa.
“O que aprendi com a produção, atenção aos detalhes e escrita do jornalismo é que no final das contas, muito do que fazemos é contar histórias, usando tecnologia ou não.”
Com uma nova visão para contar histórias em tecnologia, Hackl ingressou na empresa de realidade aumentada Magic Leap como estrategista empresarial. Ela estava imersa no trabalho, acreditando que a marca seria a próxima Apple. E quando as demissões em massa nas startups de tecnologia deixaram mais da metade da sua equipe desempregada, Hackl ficou arrasada.
Ela rapidamente se recuperou e levou seus talentos para a plataforma de serviços de computação em nuvem Amazon Web Services, enquanto também escrevia sobre tecnologia na Forbes.
Em agosto de 2020, ela escreveu um artigo sobre o “Direct to Avatar”, um modelo de consumo em que as marcas podiam vender seus produtos diretamente às identidades digitais dos usuários. Depois disso, ela recebeu mensagens de marcas e fundadores que queriam contratá-la para ajudá-los a aplicar o metaverso em seus negócios.
A decisão de começar uma consultoria de Web3 em tempo integral foi fácil. “Eu estava pensando sobre o metaverso e conversando com executivos sobre isso desde 2018: ‘Vou sonhar grande. E, se eu falhar, já tenho algumas habilidades incríveis e sempre posso voltar atrás se precisar.”
Mas ela nunca olhou para trás. Na verdade, Hackl construiu e liderou a agência que fundou para uma aquisição de 7 dígitos em apenas 10 meses.
Estando em Los Angeles produzindo shows virtuais ou em Nova York sendo stylist de celebridades em alta costura virtual, Hackl trabalha com dezenas de marcas importantes em projetos inovadores. Isso inclui orientar a Ralph Lauren a lançar linhas de moda virtuais, desenvolver um colecionável digital para a comunidade da Clinique e colaborar com a startup Boss Beauties para criar a primeira coleção de NFTs exibida na ONU.
Embora seus clientes estejam liderando os movimentos no metaverso, ela observa que nem todas as marcas precisam dar saltos tão grandes. Para as empresas que querem começar, ela incentiva usar parte de seus orçamentos de inovação ou marketing como teste.
“Existem maneiras de você testar ações nesses mundos virtuais ou analisar como sua marca pode fazer certas coisas. Nem tudo precisa ser uma grande ação para as manchetes.”
Mulheres no metaverso
Hackl compartilha conselhos semelhantes para mulheres que desejam explorar carreiras no metaverso. Ela admite que o ambiente ainda é dominado por homens e, como uma das primeiras a desbravá-lo, teve que aprender a criar o seu espaço.
Hoje uma respeitada especialista em Web3, Hackl continua a aparecer com ousadia na TV, em palestras e publicações. Apesar dos desafios que às vezes enfrenta, ela sabe que sua representação como mulher latina continua a abrir portas para outras mulheres prosperarem na tecnologia.
“Eu sou uma das poucas mulheres liderando publicamente nesse espaço. Sou atacada de vez em quando, mas tudo bem, porque eu sei que estou levando esses ataques pelas mulheres que estão vindo logo atrás de mim.”
Hackl encoraja as mulheres que querem construir suas próprias carreiras na Web3 a serem ousadas em relação a seus objetivos e a considerar como seus talentos (mesmo as habilidades não-tecnológicas) podem contribuir para a indústria em rápido crescimento.
Ela também aconselha as mulheres a superar o medo de entrar na tecnologia, lembrando que elas sempre têm a opção de mudar de rota se as coisas não derem certo.
Quanto à falta de representação, Hackl observa que, embora a indústria seja dominada por homens, há excelentes apoios para as mulheres. “Pode ser desanimador ir a um evento da Web3 e ver principalmente homens. Mas existem muitas comunidades incríveis de mulheres na Web3. Encontre os grupos de pessoas com quem você se sentirá confortável e que te impulsionarão.”
O apoio que ela dá a mulheres na tecnologia não se limita apenas à representação e aconselhamento. Ela coloca dinheiro no seu parceiro WXR, um fundo de risco focado em startups lideradas por mulheres em Inteligência Artificial, Realidade Aumentada e metaverso.
“Eu queria deixar de observar as coisas de fora para realmente investir nelas. O WXR foi o primeiro fundo em que coloquei dinheiro. E isso me ajudou a perder o medo de investir e me juntar a mais fundos. Agora, estou procurando cada vez mais oportunidades de ser investidora-anjo e, eventualmente, adoraria ter meu próprio fundo de venture capital”, disse Hackl.
Para as mulheres que não são fundadoras, mas querem se beneficiar do conhecimento de Hackl sobre a Web3, seu último livro, “Navigating the Metaverse: A Guide to Limitless Possibilities in a Web 3.0 World” (“Navegando no Metaverso: Um guia para as possibilidades sem limites no mundo da Web 3.0”, em tradução livre), é um ótimo lugar para começar.
Ele foi escrito pensando em iniciantes e tem como objetivo desmistificar o metaverso para empresários e profissionais. “Espero que qualquer um que leia o livro possa ter aquele momento que dá um clique para perceber como a Web3, blockchain e mundos virtuais impactam o futuro.”
Com uma lista impressionante de clientes e um livro recém-publicado em seu currículo, o que vem a seguir para Hackl? Ela está trabalhando em seu próprio projeto na Web3 – o People of the Metaverse. Pensando nos Salões de Paris da Belle Époque, o People of the Metaverse visa reunir filósofos, pensadores e criadores para construir o futuro.
“Não tem programação. É literalmente juntar essas mentes para que elas possam se conhecer. E as colaborações e ideias que virão de lá beneficiarão o mundo e o ecossistema.”
Para Hackl, estamos a todo vapor em direção ao futuro da internet, e ela espera ser uma luz para os diretores de metaverso que estão por vir.
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O post Primeira diretora de metaverso do mundo quer mais mulheres nesse espaço apareceu primeiro em Forbes Brasil.