Os agricultores brasileiros poderiam colher mais de 300 milhões de toneladas de grãos e oleaginosas em 2022/2023, mesmo que alguns possam ter que reduzir o uso de fertilizantes, disse André Pessôa, presidente da Agroconsult, hoje (23).

O país começará a plantar soja e milho no próximo mês no Centro-Oeste e as condições da safra provavelmente serão excelentes, exceto caso surjam problemas climáticos imprevistos, disse ele.

Nesta temporada, os agricultores brasileiros colherão cerca de 271,4 milhões de toneladas de grãos no total, segundo dados do governo. Isso inclui o trigo que está em desenvolvimento agora no sul do país.

Falando em um evento do setor de fertilizantes, Pessôa observou que gargalos logísticos estão colocando em risco as entregas de adubos em algumas partes do Brasil, pois grandes volumes foram importados no primeiro semestre de 2022, e as capacidades de armazenamento e distribuição ainda precisam ser expandidas.

Ainda assim, disse ele, o rendimento das colheitas não sofrerá porque ainda há nutrientes presentes no solo após anos de aplicações constantes que garantirão plantas saudáveis, especialmente em áreas de soja e milho.

O Brasil importa cerca de 85% de seu consumo de fertilizantes, de acordo com a associação do setor de adubos Anda. Os fornecedores incluem Rússia, Marrocos, China, Canadá, entre outros.

A Agroconsult prevê que os agricultores brasileiros vão expandir a área plantada em 2,5 milhões de hectares na safra 2022/23. A maior parte da expansão da área virá das lavouras de soja.

“Mesmo com redução de entrega (de fertilizantes), produtor vai ter mais que o suficiente para promover uma safra espetacular”, afirmou o especialista.

As entregas de adubos aos agricultores brasileiros ficarão em torno de 45 milhões de toneladas este ano, um pouco abaixo das 45,8 milhões de toneladas para 2021, segundo projeções da Agroconsult e da Anda.

O Brasil provavelmente importará menos fertilizantes em geral nesta temporada, acrescentou.

A Agroconsult projeta importações em 36,9 milhões de toneladas em 2022, ante 39,2 milhões de toneladas em 2021.

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