Após operar entre perdas e ganhos ao longo do dia, o Ibovespa fechou em alta hoje (15), com avanço de 0,24%, a 113.032 pontos. A Bolsa brasileira repercutiu a preocupação do mercado com os dados mais fracos da indústria e do varejo na China.
As principais commodities, como petróleo e minério de ferro, fecharam em queda no mercado internacional. Com isso, as ações de mineração e siderurgia pesaram no Ibovespa. Na outra ponta, companhias de consumo tiveram mais um dia de fortes ganhos com perspectivas melhores para a economia doméstica.
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Nesta segunda, a China divulgou que a atividade do país desacelerou inesperadamente em julho, com as frentes industrial e varejista sofrendo com a política de Covid zero e a crise imobiliária. O gigante asiático decepcionou ao entregar resultados piores do que o esperado pelo mercado.
A atividade fabril avançou 3,8% em julho, na base anual, enquanto os analistas calculavam uma alta de 4,3%. Já o comércio varejista cresceu 2,7% frente uma expectativa de avanço de 4,9%. Na tentativa de reativar a demanda, o banco central chinês baixou os juros dos empréstimos de um ano para até 2,75% – foi o segundo corte em 2022.
O pessimismo com o mercado chinês derrubou a cotação do minério de ferro, que fechou em baixa de 3,1% na bolsa de Cingapura, aos US$ 107 a tonelada. O petróleo teve uma queda similar, com o barril Brent perdendo 3,11%, a US$ 95,10, e o barril WTI, -2,91%, a US$ 89,41.
A queda do minério somada com a desaceleração chinesa levou a fortes baixas, como as da Vale (VALE3), que perdeu 2,15%, a R$ 68,30, CSN (CSNA3), com recuo de 4,55%, a R$ 15,93, e Usiminas (USIM5), que caiu 2,42%, a R$ 9,28.
Por outro lado, o otimismo com o cenário doméstico do Brasil vem segurando o Ibovespa em níveis mais altos. Na semana passada, a Bolsa acumulou 5,91% de ganhos – quarta alta semanal seguida e maior ganho em cinco dias desde novembro de 2020.
Do ponto de vista técnico, analistas do Itaú BBA afirmam que o Ibovespa está numa situação de divisor de águas para a tendência de médio prazo. “Caso consiga se firmar acima dos 113 mil pontos, as chances de retomada da alta em direção à máxima histórica aumentam”, escreveram em relatório.
Para eles, mesmo que uma realização de lucros aconteça, não mudaria a tendência de alta atual da Bolsa brasileira.
As varejistas dominaram mais uma vez a posição de destaque das altas do dia. Magazine Luiza (MGLU3) subiu 12,85%, a R$ 4,04, dando continuidade ao forte avanço dos últimos dias. Americanas (AMER3) avançou 18,29%, a R$ 15,33 e Via (VIIA3) teve alta de 14,47%, a R$ 3,64.
De pano de fundo para essas ações, impulsiona a perspectiva de que o aperto monetário pelo Banco Central pode ter acabado ou está perto do fim, e o IBC-Br, prévia do PIB no Brasil, cresceu acima do esperado em junho, em 0,69% ante previsão de 0,38%.
A ponta de perdas foi liderada pela IRB Brasil (IRBR3), com queda de 9,96%, em meio a preocupações sobre as condições de uma potencial oferta de ações que a resseguradora afirmou que avalia para captar recursos. Além disso, o IRB divulgará seu balanço após o fechamento do mercado.
Em Wall Street, os indicadores chineses chegaram a derrubar as bolsas, mas os índices viraram ao longo do pregão e fecharam em alta. O Dow Jones subiu 0,45%, a 33.912,63 pontos, o S&P 500 avançou 0,40%, a 4.297,14 pontos, e o Nasdaq ganhou 0,62%, a 13.128,05 pontos.
O dólar comercial avançou sobre o real, em 0,35%, a R$ 5,0916. A moeda também avançou sobre outros emergentes e pares (DXY +0,85%, a 106,53 pontos).
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(Com Reuters)
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