As vendas no varejo do Brasil chegaram ao fim do segundo trimestre com a maior queda mensal desde o final do ano passado, recuando mais do que o esperado, com perdas disseminadas entre as atividades em meio à inflação elevada.
Em junho o setor registrou contração de 1,4% nas vendas na comparação com o mês anterior, de acordo com os dados divulgados hoje (10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
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O resultado é o segundo seguido no vermelho, com o setor acumulando nesses dois meses perda de 0,8% na comparação com o bimestre anterior. Também foi a contração mais intensa desde dezembro do ano passado (-2,9%), mais forte do que a expectativa em pesquisa da Reuters, de recuo de 1,0%.
Na comparação o mesmo mês do ano anterior, as vendas recuaram 0,3%, também pior do que a expectativa de estabilidade..
O desempenho do setor varejista brasileiro veio mostrando perda de força ao longo do ano, com medidas de auxílio do governo e a recuperação do emprego sendo compensadas pela inflação elevada e pelo aperto de crédito.
O segundo semestre, entretanto, deve registrar novo fôlego, com a combinação da redução do ICMS de itens essenciais e aumento da renda das famílias com a PEC dos Benefícios, que tem por objetivo aumentar ou criar novos benefícios sociais.
Entre as oito atividades pesquisadas, sete tiveram retração no mês. As maiores influências sobre o índice geral foram exercidas pelas contrações de 5,4% nas vendas de tecidos, vestuário e calçados e de 0,5% em hiper e supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo.
A única atividade a apresentar crescimento das vendas em junho foi a de artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria, de 1,3%.
“Esse é um tipo de produto que, na maioria das vezes, você não consegue substituir. Isso aumenta o dispêndio de uma família que pode ter que gastar nessa atividade e diminuir o consumo em outras”, avaliou o gerente da pesquisa, Cristiano Santos.
O comércio varejista ampliado, que inclui veículos, motos, partes e peças e material de construção, teve recuo no período de 2,3%. Tanto o setor de veículos e motos, partes e peças (-4,1%) quanto o de material de construção (-1,0%) recuaram.
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