O banco especializado em financiamento para compra de carros usados e crédito para empresas BV anunciou hoje (9) que teve lucro recorrente de R$ 412 milhões no segundo trimestre, alta de 6% sobre um ano antes.
A carteira de crédito da instituição controlada pelo Banco do Brasil e pelo grupo Votorantim fechou junho em R$ 76,6 bilhões, alta de 4,7% em um ano.
Por um lado, a carteira de empréstimos para compra de veículos encolheu 3,8%, a R$ 40,2 bilhões, refletindo o cenário de juros e inflação em alta no país.
Em contrapartida, o BV registrou forte desempenho de nos empréstimos para compra de painéis solares, com alta de 137%, e pela antecipação de recebíveis para empresas pequenas e médias (+40% ano a ano). A carteira para empresas com receita anual de R$ 300 milhões e R$ 1,5 bilhão cresceu 6,6%.
No conjunto, o índice de inadimplência acima de 90 dias alta de 0,2 ponto percentual na base sequencial, para 4,3%, com destaque para a carteira do varejo, com índice 5,5%, alta de 0,4 ponto percentual, também comparada ao trimestre anterior.
Segundo o diretor financeiro do BV, Ronaldo Helpe, o banco também foi favorecido pela melhora recente do mercado de carros usados, que teve em julho seu melhor mês de vendas no ano, mas a melhora deve ser dar de forma gradual, dada a expectativa de que o quadro de juros e inflação altos deve se prolongar até meados de 2023.
Helpe disse perceber um processo de alongamento dos prazos de financiamento para compra de veículos, da média 48 para 60 meses, e a expectativa de que os índices de inadimplência possam subir um pouco mais nos próximos meses.
“Mas não deve ter oscilações muito maiores do que a gente teve até aqui”, afirmou ele.
O BV, que no ano passado cancelou planos de uma listagem em bolsa devido ao cenário mais adverso do mercado de capitais, fechou o segundo trimestre com rentabilidade sobre o patrimônio líquido de 13,9%, estável em relação ao mesmo período de 2021.
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