O ex-secretário do Tesouro americano, Lawrence Summers, não acredita que uma taxa de juros anual entre 3,25% e 3,50% seja suficiente para arrefecer a inflação acumulada em 9,1% dos Estados Unidos.
Economista, ex-secretário do Tesouro dos EUA e presidente emérito da Universidade de Harvard, Summers afirmou durante o evento ExpertXP que a crença do Federal Reserve (banco central norte-americano) nessa política monetária é infundada.
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“O Fed acredita que vai resolver a inflação com um juros em 3,25% e sem grandes desvantagens para a economia dos EUA. Bem, eu vi a palestra da Serena Williams e acredito que posso ganhar uma partida de tênis com ela. Cada um acredita no que quiser, mas isso não quer dizer que possa se tornar realidade”, brincou Summers.
Em sua visão, a inflação norte-americana não irá desaparecer por completo somente com as medidas atuais e ainda irá durar um tempo. Lawrence Summers não vê muita chance de a economia do país registrar recuo nos preços sem passar por uma recessão.
Para o ex-secretário do Tesouro americano, as falas do presidente do Fed, Jerome Powell, na última semana, ao anunciar a decisão por mais uma elevação nos juros de 0,75 ponto percentual foram “analiticamente indefensáveis”.
Powell afirmou que o banco central tinha chegado a uma “taxa neutra” com essa última elevação, de 2,25% a 2,5%. Para Summers, o nível de taxa neutra depende da taxa de inflação.
“Não é concebível uma taxa neutra de 2,5% em uma economia com esse nível de inflação. Se você pensa que é neutra, está interpretando mal a situação”, disse o economista.
Juros e recessão no mundo
Questionado sobre a situação de outros países, como na Europa, Japão e China, o ex-secretário do Tesouro americano afirmou que a situação é difícil no mundo.
“A recessão nos EUA e na Europa é consequência do que vemos na economia global, principalmente do que está acontecendo na China, que não se recuperou completamente. É um erro não reconhecer que criamos um problema inflacionário nos últimos anos”, disse Lawrence Summers.
Para ele, é uma vantagem que cada país tenha a liberdade de perseguir a sua política monetária de acordo com as necessidades locais. Especificamente na Europa, Summers vê mais dificuldades no caminho devido ao conflito entre Rússia e Ucrânia.
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