De volta ao campo positivo, o Ibovespa superou os 100 mil pontos na abertura do pregão. A Bolsa brasileira abriu em alta hoje (29), descolada dos temores internacionais com uma desaceleração global. O índice saiu dos leilões com ganhos de 0,53%, a 101.121 pontos.
O medo da recessão nos Estados Unidos voltou a dominar as bolsas internacionais após a forte queda das Bolsas de Wall Street ontem (28), o restante do mercado acompanhou o fluxo.
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Na Ásia, o tom positivo com o alívio das restrições na China e possível recuperação da demanda pelas indústrias ficou para trás e foi substituído pelos temores com a inflação, juros e a possível recessão na maior economia do mundo – que ainda é os EUA.
Em Tóquio, o Nikkei fechou em queda de 0,91%. Em Hong Kong, o Hang Seng perdeu 1,88%. Em Seul, o Kospi recuou 1,82% e, em Taiwan, o Taiex caiu 1,29%. Na China Continental, o Xangai teve baixa de 1,40% e o Shenzhen de 2,20%.
Na Europa, o panorama é parecido, mas agravado por indicadores locais. A inflação na Espanha subiu inesperadamente a um novo recorde. O índice de preços ao consumidor de junho chegou a 10,2% na comparação anual, enquanto as estimativas eram de 8,8%. Em maio, o indicador chegou a 8,7% e especialistas acreditavam ter alcançado um pico.
Como quarta economia da zona do euro, os dados da Espanha devem pressionar o BCE (Banco Central Europeu) em novos aumentos na taxa de juros.
Às 9h32 (horário de Brasília), o IBEX 35, da Espanha, caía 1,18%, acompanhado pelo CAC 40, da França, que perdia 0,64%, e o DAX, da Alemanha, com recuo de 1,19%. O índice europeu Stoxx 600 também registrava perdas, de 0,62%.
Os investidores acompanham o último dia do painel do BCE com os líderes dos bancos centrais mundiais. Hoje, a presidente do BCE, Christine Lagarde, irá discursar, assim como o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, e o presidente do Bank of England (BoE), Andrew Bailey.
Em Nova York, os futuros não prolongam as perdas das Bolsas de Wall Street do dia anterior. Os índices operam entre perdas e ganhos, sem uma direção definida para os negócios do dia. Às 10h (horário de Brasília), o Dow Jones subia 0,17%, o S&P tinha alta de 0,03% e o Nasdaq caía 0,11%.
No radar de indicadores, o Departamento do Comércio divulgou a leitura final dos dados do PIB do 1º trimestre. A economia americana recuou 1,6% na taxa anualizada, ante expectativa de -1,5%, o que deve aquecer as apostas de uma recessão no país.
Além disso, o PCE (índice de preços de consumo pessoal) subiu para 7,1% em junho, contra uma alta de 6,3% em maio e acima do resultado prévio de 6,4%.
Enquanto o exterior lida com a inflação, o investidor brasileiro acompanha o mesmo assunto de forma indireta com a PEC (proposta de emenda à constituição) dos Combustíveis.
Após dois adiamentos, o relator, senador Fernando Bezerra, deve apresentar seu relatório hoje, a partir das 9h30 (horário de Brasília), no Congresso Nacional. O mercado teme que o texto traga uma previsão de despesas maior do que o estimado até agora.
Até o momento, o aumento do Auxílio-Brasil, do vale-gás e a criação do voucher-caminhoneiro devem custar R$ 54 bilhões aos cofres públicos – desse montante, R$ 34,8 bilhões estão fora do teto de gastos.
Segundo o ministro da Economia, Paulo Guedes, esses valores serão pagos com os dividendos que a União recebe das estatais.
“São recursos extraordinários não orçados, que não estavam no Orçamento. Tem entre R$ 25 bilhões e R$ 30 bilhões de dividendos, e R$ 26,7 bilhões que vieram de privatizações. Há recursos para não deixar afetar o resultado fiscal”, disse Guedes em um evento nesta terça-feira.
O dólar opera em queda hoje pela manhã, de 0,62% às 10h10 (horário de Brasília), sendo negociado a R$ 5,2365 na venda.
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