Em 2020, depois de viver por quase 10 anos nos Estados Unidos e estudar o mercado, a psicóloga brasileira Iona Szkurnik colocou de pé seu projeto de empreendedorismo. Naquele ano, ela começou a trabalhar em uma plataforma de educação corporativa que ficou pronta no ano passado e é dirigida especialmente para que brasileiros ganhem impulso na carreira.
Direto do Vale do Silício, a edtech Education Journey reúne conteúdos de educação para profissionais que cobrem diversas áreas da jornada profissional como liderança, soft e hard skills e cursos de idiomas. “Tudo é educação. Porque se a gente quiser dar mais emprego para as pessoas, elas têm que estar preparadas”, diz.
A mudança para os Estados Unidos aconteceu em 2013, depois que o marido, Marcelo DoRio, fundador da cervejaria Devassa, vendeu seu negócio e pôde acompanhá-la. Iona havia sido contemplada com uma bolsa da Fundação Lemann, que premia brasileiros atuantes em áreas diversas, e uniu dois temas de interesse em um mestrado em educação e tecnologia em Stanford. “Entendi que as mudanças na tecnologia iriam baratear e trazer as melhores inovações para a educação.”
Durante o curso, Iona participou da construção da plataforma de educação online da Universidade de Stanford, uma das melhores do mundo, e atuou durante oito anos no mercado de software B2B em edtechs no Vale do Silício. Foi o pontapé para que ela reunisse conhecimento e informações sobre o mercado para poder lançar a sua própria edtech. “Como psicóloga, atuei com educação infantil e percebi logo cedo que a mudança na vida das pessoas passava, necessariamente, pelo ensino.”
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Empreendedorismo em educação
A startup tem o objetivo de trazer educação para líderes e colaboradores das empresas. A plataforma reúne conteúdos de outras edtechs e desenha trilhas de aprendizagem para os funcionários, além de usar people analytics para mostrar como essa formação está influenciando as jornadas. Empresas como Ambev, Ame, Hash e Devell são alguns dos clientes.
Mesmo assim, ela tem planos de expansão. A startup foi eleita por dois anos consecutivos uma das três edtechs mais promissoras do setor de early stage pelo prêmio do GSV (Global Silicon Valley).
Mulher no Vale do Silício
No Vale do Silício, ela fez parte do grupo de brasileiros que fundou o Brazil at Silicon Valley, movimento liderado por estudantes de Stanford e Berkeley que promove conferências para conectar brasileiros a profissionais de inovação e tecnologia do mundo todo.
Iona era a única mulher co-fundadora e a única no conselho. O tema empoderamento feminino nem sempre fez parte de sua vida, mas hoje ela percebe como já passou por situações em que não foi ouvida, que teve sua voz sobreposta pela de um homem ou teve que ouvir a mesma ideia que havia acabado de propor. “Quando percebi que na call só tinha eu de mulher, fiz de tudo para mudar esse cenário”, diz a fundadora da edtech.
A empreendedora dá mentoria para brasileiras que querem ir para os Estados Unidos, conseguiu dobrar o número de mulheres convidadas para a conferência do Brazil at Silicon Valley e levou outras duas mulheres para o conselho. “Tenho um grande propósito que é segurar a porta para que uma mulher passe. Se cada uma fizer isso, a gente vai ter uma rede infinita de mulheres entrando.”
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