Ganhar em dólar é um sonho de carreira para muitos profissionais. Com a desvalorização do real, tem sido cada vez mais comum que companhias dos Estados Unidos e da Europa procurem talentos sem que eles tenham que se mudar. As empresas de tecnologia são as que mais buscam por talentos no Brasil.
As empresas de tecnologia são as principais portas de entrada para oportunidades em dólar. Uma pesquisa da corretora B&T revelou que o número de brasileiros exportando serviços de mão de obra em tecnologia aumentou 72% de 2020 para 2021. O movimento de contratações remotas nesse segmento já era crescente, mas com a consolidação do trabalho híbrido, ficou mais forte.
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As empresas brasileiras têm investido em benefícios e em treinamentos para não perder esses talentos. “A única solução viável para isso é continuamente formar pessoas na base. E mesmo assim a empresa vai perder alguns deles”, diz Fernanda Abilel, consultora de remuneração e sócia fundadora da How 2 Pay.
Dentro de TI, os especialistas mais procurados são desenvolvedores back-end, front-end e full-stack.
Para competir por essas vagas, é necessário já estar seguro na área de atuação. “Se você ainda não terminou seu processo de aprendizado em português, que é a sua língua nativa, trabalhar em outros idiomas será complexo”, diz Edney Souza, diretor acadêmico da Digital House Brasil e especialista em tecnologia. O idioma também conta ao prospectar vagas no LinkedIn, já que ter um perfil em inglês na plataforma é uma forma de se destacar entre os demais.
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Plataformas como Deel e Revelo já têm seções exclusivas para vagas internacionais. Um outros meio de entrada nessas organizações é estar em uma instituição de ensino que tenha contatos. “Várias empresas que recrutam globalmente buscam pelos nossos alunos”, diz Edney Souza, diretor acadêmico da Digital House Brasil e especialista em tecnologia. Estados Unidos e Europa não são os únicos mercados abertos para uma carreira internacional. Há também multinacionais latinas que procuram por talentos brasileiros.
A tendência tem se mostrado um problema para as empresas locais. Com o real desvalorizado, a competição com as empresas de fora fica injusta. “É muito fácil uma empresa de fora fazer uma proposta. Para eles, estão pagando, muitas vezes menos do que para os funcionários locais. Mas para quem recebe, é um salto de quatro ou cinco vezes na renda”, diz Abilel. A movimentação de contratações internacionais já era crescente, mas o trabalho remoto a consolidou.
Aqui, algumas dicas acerca do que é necessário saber para buscar o pagamento em dólar.
Entenda os benefícios locais
Para quem procura uma oferta que proporcione a mudança de país, é necessário entender os direitos e benefícios locais. “Em alguns casos você não tem décimo terceiro, direito a férias remuneradas”, diz a consultora da How2Pay A diferença de impostos sobre a renda também é grande. Enquanto a taxa do Brasil gira em torno de 27,5%, em países como a Bélgica o imposto pode chegar a 55,3%.
Invista no inglês
É necessário ter domínio do idioma para atrair os olhos das empresas e até para se comunicar no dia a dia. Em alguns casos, será necessário falar apenas em inglês o tempo todo. Aprimore seu vocabulário para subir para o nível avançado e esteja à frente de outros candidatos.
Fique atento aos contras
Ganhar em uma moeda forte como o dólar, à primeira vista, só traz benefícios. Porém, as cargas horárias de outros países costumam ser mais pesadas do que no Brasil. Além disso, ficam em xeque benefícios como as férias remuneradas e fundo de garantia. Avalie se é melhor prestar serviços pontualmente do que se comprometer com a empresa. “Se estiver em um contrato como pessoa jurídica, você tem a opção de fazer o seu horário. Mas atente-se ao valor por cada serviço”, diz.
Abra uma conta em um banco internacional
Ter uma conta em um banco internacional ou facilitadora pode facilitar diversos serviços. A tributação segue as regras de onde a instituição está sediada. “Você vai pagar todos os impostos normalmente, seguindo a legislação do país de origem”, diz Abilel. O processo de pagamento pode ser facilitado por instituições que fazem a mediação entre a empresa estrangeira e o prestador de serviços, como a startup de serviços financeiros Nomad ou o Pay Pal. A empresa estrangeira pode fazer o pagamento por meio de uma conta corrente brasileira, mas as taxas costumam ser mais altas.
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