AgroRound: Minerva, Case IH e outras notícias do campo

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A Minerva Foods, uma das principais exportadoras de carne bovina na América do Sul, anunciou na última quinta-feira (26) que já monitora 90% dos seus fornecedores diretos na Argentina e 30% na Colômbia. O monitoramento das regiões é parte de uma agenda da empresa para zerar suas emissões líquidas até 2035, 15 anos antes do previsto no Acordo de Paris.

Uma das principais estratégias para alcançar a meta é garantir o fim do desmatamento ilegal em sua cadeia de abastecimento na América do Sul. Para isso, tem ampliado a adoção da tecnologia de monitoramento geoespacial no continente. No Paraguai, 100% das fazendas fornecedoras diretas são monitoradas por satélite, totalizando mais de 26 milhões de hectares monitorados nos biomas brasileiros e no Chaco paraguaio.

Leia mais: Mercado regulado de carbono: o que o CEBDS quer para o país

A empresa também criou o “Renove”, programa para promoção da pecuária de baixa emissão de carbono, apoiando pecuaristas fornecedores na medição do balanço de carbono e implementação das boas práticas nas propriedades. Em seu primeiro ano de atuação, o programa já inclui 91 fazendas no Brasil, Argentina, Colômbia, Paraguai e Uruguai.

“Temos fortalecido as ações de capacitação e assistência aos produtores, além de compartilhar o conhecimento que adquirimos ao longo dos anos, que evidenciam os benefícios da economia de baixa emissão de carbono e as oportunidades de evolução no campo, a partir da tecnificação, adesão de tecnologias e compartilhamento de informações”, explica Gracie Selva, gerente de sustentabilidade da Minerva Foods.

Segundo estudo realizado pela empresa em parceria com o Imaflora (Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola), todas as fazendas participantes emitem, em média, 44% menos gases de efeito estufa em comparação com a média mundial de emissões para a atividade, que é estimada em 19,9 toneladas de CO2 (dióxido de carbono) equivalente por tonelada de carne produzida.

Case IH lança websérie sobre fazenda digitalizada

A Case IH, fabricante de máquinas agrícolas, lançou na última quarta-feira (25) uma websérie sobre sua fazenda conectada. Dividida em oito episódios quinzenais, os vídeos mostrarão a rotina na propriedade de 3 mil hectares em Água Boa (MT), região .

“[A fazenda é] um laboratório a céu aberto, onde é possível mostrar todas as soluções e ganhos proporcionados pela conectividade e tecnologia, em cada etapa e em larga escala, isso em uma região que já possui grandes recordes de produtividade”, explica Eduardo Penha, diretor de marketing da empresa, sobre o espaço. O local recebeu conexão 4G da TIM, parceira no projeto, e que proporcionou acesso à internet para mais de 16 mil pessoas da região.

A websérie será disponibilizada pelo YouTube. 

3tentos investe R$ 700 milhões no Mato Grosso

A 3tentos, empresa do Rio Grande do Sul que atua no varejo de insumos agrícolas, trading de grãos e industrialização, está construindo sua nova planta industrial no Mato Grosso, a primeira fora do Rio Grande do Sul. Com metade da obra concluída, a empresa está investindo R$ 700 milhões no estado para impulsionar a finalização das obras e abrir oito lojas na região.

Segundo a empresa, a planta em Vera (MT) começará a ser utilizada em junho para a originação de milho, mas no segundo semestre de 2023 atuará com processamento de soja e produção de biodiesel, gerando aproximadamente 300 empregos diretos.

“O investimento no Mato Grosso, o maior produtor de soja e milho do Brasil e com grande potencial, é o maior da 3tentos em um único projeto. Vemos uma curva ainda acentuada de crescimento nos próximos anos”, afirma Luiz Osório Dumoncel, CEO da empresa.

Produtores artesanais de alimentos recebem SISP Artesanal

Com o objetivo de impulsionar a presença de pequenos produtores no mercado paulista, o estado de São Paulo liberou o registro do SISP (Serviço de Inspeção de Produtos de Origem Animal) para produtores artesanais de alimentos de origem animal.

Comerciantes de produtos à base de leite, carnes, ovos e mel no estado de SP terão maior facilidade no registro dos produtos, desburocratizando o processo documental e podendo ampliar o volume de produção.

Os produtores artesanais de queijos, por exemplo, poderão ampliar a quantidade de mercadoria em até cinco vezes. A lei anterior permitia a manipulação de, no máximo, 300 litros diários de leite cru por produtor artesanal. Esse limite agora é de 1.500 litros diários.

Outra mudança promovida é que agora as agroindústrias situadas em perímetro urbano também podem se habilitar no registro de SISP Artesanal, o que anteriormente acontecia quase sempre na zona rural.

Boa Safra inicia obras no Maranhão

Jorge Adorno/Reuters

Carregamento de soja

A Boa Safra, uma das principais produtoras de sementes de soja no Brasil, deu o início às obras de seu novo centro de distribuição na cidade de Balsas (MA).

O terreno de Balsas tem 72 mil m² e está localizado na Rodovia Transamazônica BR-230. No local, poderão ser estocadas até 40.000 big bags (de aproximadamente 1.000 kg cada) em posições refrigeradas, sendo 20.000 big bags na primeira fase da obra. 

“As câmaras frias que serão instaladas nesse CD vão proporcionar às sementes mais tempo de armazenamento em condições ideais, mantendo todo vigor e qualidade até a hora de serem embarcadas para os agricultores”, explica Ademir Meller, diretor comercial da companhia.

Cooperados da Castrolanda conquistam certificação RTRS

Na última terça-feira (24), dois cooperados da Castrolanda, cooperativa de Castro (PR), conquistaram a certificação RTRS (Associação Internacional de Soja Responsável). O reconhecimento é concedido a produtores de soja que trabalham com práticas sustentáveis nas propriedades, desenvolvendo ações voltadas ao âmbito econômico, ambiental e social.

Os cooperados certificados foram João Cristiano Kiers, da Fazenda Romi, e Jean Leonard Bouwman, da Fazenda Bom Sucesso. Apesar de ser a primeira vez em que cooperados da Castrolanda conquistam a certificação, a cooperativa já possui um programa para auxiliar outros associados no processo.

“Neste primeiro momento entendemos que as certificações sustentáveis servem para acessar alguns mercados globais e internos, mas o com o decorrer dos anos ela será uma exigência natural para que se possa comercializar com grandes empresas, que se tornam cada vez mais sustentáveis”, afirma Tatiane Bugallo, gerente executiva da área de negócios agrícola da cooperativa. “Já possuímos uma equipe técnica inserida na rotina das propriedades. Nosso objetivo é capacitar estes profissionais para que eles possam auxiliar os cooperados em relação às exigências e adaptações que a certificação RTRS exige”, explica.

Aegro entra no mercado de crédito rural

A Aegro, agtech de gestão de fazendas sediada em Porto Alegre (RS), anunciou na última quarta-feira (25) sua entrada no mercado de crédito rural para “democratizar o acesso do produtor a financiamentos e seguros”. A oferta de crédito feita pela Aegro está dividida em duas linhas iniciais: crédito livre para capital de giro e crédito para custeio de safra.

A empresa prevê a injeção de cerca de R$ 3,5 bilhões até 2024. Para se estabelecer no mercado até lá, aposta no relacionamento que já possui com 5 mil produtores rurais que usam seu aplicativo para gestão de fazendas.

ConnectBio é uma das vencedoras de programa de incentivo

A ConnectBio, agtech incubada na Unisc (Universidade de Santa Cruz do Sul), foi uma das 50 selecionadas para o “Programa Centelha 2 RS”, iniciativa do MCTI (Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações) para impulsionar o empreendedorismo e ideias inovadoras.

Com o projeto “Identificação molecular de nematoides patogênicos na agricultura”, a startup  realiza análise do DNA do solo para ajudar produtores a melhorar a produtividade nas lavouras. Ele foi um dos aprovados para contratação pela FAPERGS (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul)

Os 50 projetos selecionados pelo programa receberão investimentos de cerca de R$ 3 milhões.

Embrapa lança livro sobre agricultura amazônica

A Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), por meio da Embrapa Amazônia Oriental, lançou um livro detalhando os atuais desafios e perspectivas da agricultura na Amazônia. 

Escrito por 37 autores de 16 instituições nacionais e internacionais, o livro “Sinergias de mudança da agricultura amazônica: conflitos e oportunidades” apresenta propostas para produção agrícola e florestal na Amazônia Legal, região onde vivem cerca de 30 milhões de pessoas e o nível de desmatamento é estimado em 81 milhões de hectares.

A transição florestal produtiva (para redução da área desmatada) e a intensificação tecnológica com sustentabilidade estão entre as propostas defendidas pelo pesquisador Alfredo Homma, editor técnico da publicação. “Não existe solução mágica para a região. Leva tempo, exige persistência e sinergia para haver mudanças dessa magnitude, mas uma nova agricultura amazônica é possível.”

A obra pode ser baixada pelo site da Embrapa.

Helm fecha parceria com a Unium Bioscience Ltd

A Helm, empresa alemã de químicos e soluções para agricultura, fechou uma parceria com a Unium Bioscience Ltd, companhia inglesa que desenvolve produtos para tratamento de sementes e plantas.

Com início a partir de junho de 2022, o acordo de distribuição entre ambas as partes se concentra em trazer produtos Unium selecionados para os EUA, Brasil, México e Argentina, mercados onde a Helm busca aumentar sua presença

“Já estamos trabalhando com alguns produtos da Unium em ensaios de campo e temos boas perspectivas para futuros lançamentos de produtos biológicos inovadores”, afirma Sebastian Lüth, country head da Helm no Brasil.

Prazos para adesão à negociação de dívidas de produtores é prorrogado

A Faesp (Federação Nacional da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo) anuncia que a PGFN (Procuradoria Geral da Fazenda Nacional) prorrogou os prazos para adesão à renegociação de dívidas de produtores. 

“É uma iniciativa importante que visa atender produtores rurais afetados economicamente pela pandemia do Covid-19, permitindo a retomada e manutenção da atividade produtiva”, afirma o presidente da FAESP, Fábio de Salles Meirelles.

As negociações do PRF (Programa de Retomada Fiscal) incluem os débitos inscritos em DAU (Dívida Ativa da União) e do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço). Podem ser negociados débitos inscritos até 29 de abril de 2022 em DAU, bem como os vencidos no período de março a dezembro de 2020.

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