A Impulso Gov, healthtech especializada em soluções de escala para resolver alguns dos principais problemas da saúde pública no Brasil, anunciou o lançamento do Impulso Previne, plataforma digital gratuita que tem a proposta de centralizar dados e análises sobre o programa Previne Brasil, do SUS, e apresentá-los aos gestores e profissionais de saúde.
“A indústria da tecnologia se tornou a maior do mundo ao desenvolver métodos inteligentes e escaláveis para desenvolver soluções para as pessoas. Queremos usar essas mesmas ferramentas para resolver os desafios da saúde pública. O Impulso Previne é uma assistente virtual do SUS, que vai mostrar ao gestor o que priorizar na atenção básica”, afirma João Abreu, diretor-executivo da Impulso Gov.
Ele explica que a tecnologia não tem custo e funciona a partir de dados abertos já disponíveis no Sisab (Sistema de Informação em Saúde para a Atenção Básica). A meta da empresa é, no final de dois anos, e com a melhoria dos indicadores garantir cerca de R$ 600 milhões em recursos federais para a atenção primária dos municípios.
A implementação do Impulso Previne foi financiada pela Fundação Behring, Instituto Opy de Saúde, Instituto Dynamo, Sanofi e Novo Nordisk. A solução conta ainda com apoio institucional da Frente Nacional de Prefeitos (FNP) e do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems). As organizações Umane, Artemísia e Instituto Votorantim apoiaram na fase inicial do projeto e na identificação do problema de implementação do Previne Brasil.
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“A Impulso Gov é uma healthtech sem fins lucrativos cuja missão é impulsionar o uso inteligente de dados e tecnologia no SUS para que todas as pessoas no Brasil tenham acesso a serviços de saúde de qualidade. Nós queremos que o SUS se torne o melhor sistema de saúde pública do mundo e entendemos o uso inteligente de dados e tecnologia como caminho para isso”, explica João Abreu que fundou a empresa em 2020.
“Desenvolvemos e implementamos, em parceria com o Instituto Cactus, uma série de indicadores e um painel de monitoramento para a Rede de Atenção Psicossocial de Aracaju, capital do Sergipe. Antes disso, durante a pandemia, nos concentramos em testar e implementar maneiras de apoiar todas as cidades brasileiras no combate à Covid-19. De março a maio de 2020, em 3 meses, a nossa equipe quintuplicou – os cinco se tornaram 25”, relembra.
Os desafios da saúde pública
João explica que o SUS já possui estrutura e capilaridade superior a muitos países desenvolvidos. “É um sistema que já funciona. Mas nós temos a oportunidade de usar tecnologias modernas, que nem existiam quando o SUS foi criado, para impulsionar o trabalho dos 1,5 milhão de profissionais que se dedicam diariamente a entregar saúde de qualidade para todo o país. Embora seja enorme, o sistema ainda não é inteligente. Não fazemos uso de dados para saber quem são as pessoas mais vulneráveis em cada município, as doenças mais prevalentes, ou as pessoas que mais se beneficiariam de uma abordagem de prevenção à saúde, para minimizar problemas futuros. Em resumo, temos uma imensa força de trabalho, já contratada e remunerada, que poderia ter um impacto muito maior se tivesse as informações necessárias para direcionar sua atuação.”
Sobre os desafios ele destaca que o SUS é rico em dados, mas pobre em informações. “Hoje existem mais de 300 ferramentas de coleta de dados e para fazer uma análise simples, o gestor muitas vezes precisa baixar uma dezena de planilhas e fazer um cruzamento de dados complexo, algo inviável no dia a dia. Os desafios estão na própria fragmentação da governança da tecnologia de informação do SUS e na ausência de uma agenda rigorosa de transparência. Ao mesmo tempo, poucos países do mundo têm tantos dados detalhados sobre a saúde da população como o Brasil. Então as oportunidades são muitas.” Ainda de acordo com ele, com tecnologia e uso inteligente de dados, é possível alavancar e tornar o investimento público anual de mais de R$ 300 bilhões no SUS mais eficiente.
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