O ecossistema de startups voltadas à saúde e bem-estar, as chamadas healthtechs, está aquecido. No ano passado, os investimentos direcionados a esse perfil de empresa somaram R$ 2,7 bilhões. De acordo com o Inside Healthtech Report, produzido pela Distrito, em 2020, o valor investido nas empresas deste segmento foi de R$ 545 milhões. A Telavita, clínica digital de saúde mental, por exemplo, fechou o ano com mais de 4,5 milhões de clientes atendidos e parcerias fechadas com Einstein, Saúde ID e Q Saúde e vem observando uma alta considerável na demanda por serviços de telemedicina.
“A entrega de saúde no ambiente digital nos dá pouca margem para erros. Por isso, quanto mais investimentos na área, melhor para os pacientes, que vão receber produtos e soluções cada vez mais completas para qualquer condição, seja um acompanhamento em saúde mental ou o monitoramento de pressão ou diabetes, por exemplo. A tendência é que a tecnologia siga como grande parceira na jornada da saúde e cada investimento contará nos próximos anos para que as inovações e melhorias continuem acontecendo”, explica Lucas Arthur de Souza, co-fundador e diretor de operações da Telavita.
Saúde mental em evidência
Prestes a completar seis anos de existência, a Vittude, startup especializada em psicologia on-line e saúde emocional corporativa, recebeu, em março, um aporte de R$ 35 milhões. De acordo com a CEO e fundadora Tatiana Pimenta, os recursos foram direcionados para acelerar o processo de crescimento da empresa e a perspectiva é dobrar o tamanho do time para os próximos 12 meses. “A pandemia adicionou vários desafios às empresas no que diz respeito à saúde mental e colocou a discussão sobre bem-estar no mundo corporativo em um patamar nunca antes visto”, destaca Tatiana.
A mulher em perspectiva
Raquele Rebello, sócia na startup Linda Lifetech, plataforma que desenvolveu um exame inteligente para diagnosticar câncer de mama, explica que, no caso específico das femtechs, healthtechs orientadas ao cuidado para a mulher, mais de R$ 250 bilhões serão movimentados até 2025 neste segmento. “É um mercado gigantesco. Porém, quando nos posicionamos como uma lifetech, acreditamos ir além da visão de potencial e mercado. Estamos falando de mulheres tendo a oportunidade de lutarem de igual pra igual com uma doença que assusta à todas nós. Manter as mulheres saudáveis, vivas, fortes; trabalhando, produzindo e realizando sonhos e desejos. Isso é muito mais amplo do que fazer simplesmente produtos para mulheres.”
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De acordo com Rubens Mendrone, fundador e CPO da Linda Lifetech, a startup está no início de uma jornada que começou a partir de um problema chamado Câncer de Mama. “Quase 80% das cidades do Brasil não possuem mamógrafo – exame fundamental no processo de diagnóstico. Muitas mulheres não têm dinheiro pra viajar longas distâncias e chegar a um grande centro de saúde. E apesar do que muitas pessoas pensam, o câncer de mama é um problema global e que 6 dos 10 países com a maior incidência da doença no mundo, estão no G20”, ressalta Rubens. Para Luis Renato Lui, CEO da Linda Lifetech, é fundamental ter a visão clara das etapas de redução de riscos em um ecossistema em crescimento. “Precisamos mostrar controle sobre essas etapas para dar ao investidor a segurança de que o capital dele está investido em um negócio que é gerenciado por uma equipe séria e que sabe o que faz. No nosso caso, tínhamos – por exemplo, que ter um produto não apenas funcionando, o chamado MVP, mas um produto validado, certificado e aprovado pelo regulador; e com uma estratégia transparente de proteção da nossa propriedade intelectual”, destaca.
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