O agronegócio sempre dependeu da inovação para poder escalar sua produção de alimentos e solucionar desafios como pragas, mudanças climáticas e até as próprias limitações naturais dos plantios. Justamente por essas constantes mudanças, aceleradas a partir da década de 1950, a agricultura passou a ser dividida em categorias conforme suas revoluções. Hoje, a história do setor é separada e analisada em quatro fases.
O agro vive o momento da Agricultura 4.0, mas o que isso significa? E quais são as grandes diferenças entre cada uma das fases?
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Entenda o que é a Agricultura 4.0:
Quais são as características da agricultura 4.0?
Segundo um estudo da Esalq (Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”), o conceito de agricultura 4.0 começou a ser pensado como reflexo de um projeto de modernização iniciado na Alemanha em 2011. O governo alemão estabeleceu naquele ano diferentes ações para promover a informatização dos processos de manufatura e acelerar a integração de dados. Naquele momento, cunhou-se o termo Indústria 4.0 para designar uma produção mais ligada a tecnologias como IoT (internet das coisas), M2M (machine-to-machine) e outras.
Com o uso de tais tecnologias, diferentes setores produtivos começaram a perceber a força do conceito 4.0 e a agricultura embarcou na novidade para solucionar problemas como produtividade, assertividade, sustentabilidade e conexão. A agricultura atual é marcada pela presença e o desenvolvimento de máquinas com inteligência artificial, ferramentas com conexão 5G, softwares para tomada de decisão, sensores e até robôs autônomos.
Outra característica da agricultura 4.0 é o surgimento de startups de tecnologia conhecidas como agtechs. Essas empresas nascidas em polos de inovação atendem às principais necessidades da agropecuária com soluções baseadas em tecnologia. Apenas no Brasil, 1.574 startups atuam nesse setor, segundo levantamento mais recente realizado pela Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária).
“A maioria das startups que atuam antes da fazenda está voltada à área de fertilizantes, inoculantes e nutrição vegetal. Dentro da porteira, o destaque é para sistemas de gestão de propriedade rural e, no depois da porteira, destaque para alimentos inovadores e tendências alimentares”, detalhou a entidade à época da divulgação do estudo.
Quais são as fases da agricultura?
A evolução da agricultura atualmente é dividida em quatro fases:
Agricultura 1.0: Esta denominação serve para a agricultura mais comum, de baixas produtividade e uso de energia. É marcada pela subsistência e poucos recursos tecnológicos.
Agricultura 2.0: A partir dos anos 1950, a agricultura passou a ser reconhecida como 2.0, pois a ciência agrícola avançou rapidamente e diversas máquinas começaram a chegar aos campos. Um dos eventos mais importantes deste período é a Revolução Verde, que impulsionou a produção agrícola em todo o mundo com a disseminação de novas sementes e práticas agrícolas.
Agricultura 3.0: Utilizada para definir o setor entre os anos de 1990 e 2010, a agricultura 3.0 marca o início da automação e da coleta de dados como formas de melhorar a produtividade e trazer decisões mais assertivas. O período também marca uma maior preocupação com a sustentabilidade do planeta.
Agricultura 4.0: Depois dos anos 2010, a agricultura chegou a seu estágio 4.0, marcado por uma revolução digital e a constante criação de novos softwares e ferramentas tecnológicas capazes de tornar o agro mais produtivo e sustentável.
Qual é a importância da evolução da agricultura?
De acordo com dados do WRI (World Resources Institute), organização não governamental ambientalista dos EUA, o mundo precisará aumentar sua produção de alimentos em quase 60% até 2050 para alimentar 10 bilhões de pessoas. Essa meta é desafiadora, mas o histórico de evolução da agricultura mostra que isso é possível.
O setor já conseguiu dobrar a produção mundial de grãos entre 1950 e 2022, aumentando a produção de 700 milhões de toneladas para 2,289 bilhões de toneladas na safra 2021/22. Porém, segundo a ONU (Organização das Nações Unidas), o rápido avanço realizado anteriormente sem muita preocupação com o meio ambiente resultou em danos colaterais que incluem “degradação da terra e desmatamento, extração excessiva de águas subterrâneas, emissão de gases de efeito estufa, perda de biodiversidade e poluição por nitrato de corpos d’água.”
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Dessa forma, a agricultura 4.0 não é importante somente para aumentar a produção de alimentos em 60%, mas também para descobrir as formas mais sustentáveis para impulsionar o crescimento sem prejudicar o planeta.
Conheça algumas das principais tecnologias utilizadas hoje no campo
No cenário da agricultura 4.0, diversas tecnologias ganharam o status de estrelas e têm ajudado negócios a melhorarem seus resultados. Algumas das principais delas são:
Softwares de decisão: Para terem maior assertividade na produção, os agricultores hoje podem contratar agtechs que oferecem softwares de decisão que analisam fatores como finanças, clima, fertilizantes e até pragas para indicar ao produtor ajustes ou decisões que podem trazer melhores resultados ao negócio.
Drones: Autônomos ou não, drones têm sido utilizados para trazer uma visão mais panorâmica do campo. Eles são capazes de identificar ataques de pragas, falhas no plantio, falta de irrigação e até acompanhar animais.
Tratores autônomos: Sem a necessidade de um operador utilizando a máquina o tempo todo, os tratores autônomos conseguem impulsionar resultados e evitar prejuízos com o apoio de tecnologias como sensores e inteligência artificial.
Marketplace: As novas tecnologias da agricultura 4.0 não estão presentes somente no campo, mas também na internet. A criação de marketplaces por grandes empresas do setor facilita a compra e venda de insumos agrícolas aos produtores.
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