Tabagismo e abuso de álcool são fatores de risco para câncer de esôfago

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O diagnóstico precoce é fundamental para garantir melhores resultados no tratamento e evitar que a doença se espalhe

Abril é o mês dedicado à conscientização sobre o câncer de esôfago. O alerta faz sentido: segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA), são quase nove mil mortes por ano no Brasil por conta da doença e 11.390 novos casos estimados para 2022.

O câncer de esôfago é um tumor maligno frequente, principalmente em homens. Geralmente ocorre em pacientes acima dos 50 anos. Mas, como já observamos em outros tipos de neoplasias do trato gastrintestinal, o diagnóstico vem ocorrendo com mais incidência em pessoas mais jovens.

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Os fatores de risco mais comuns associados ao câncer de esôfago são o tabagismo, o abuso do álcool, a dieta pobre em frutas e vegetais, a esofagite de refluxo e o esôfago de Barrett, uma alteração progressiva e lenta na forma das células que revestem a parte inferior do esôfago, causada por refluxo gastroesofágico. O hábito de ingerir líquidos muito quentes também pode aumentar o risco do carcinoma escamoso do esôfago.

Há dois sintomas bastante característicos para esta doença. O primeiro deles é a dificuldade de engolir alimentos, inicialmente os sólidos, por conta do estreitamento do órgão. Também ocorre a perda de peso, em mais de 75% dos casos, como consequência da dificuldade de manter uma alimentação adequada.

O diagnóstico precoce é fundamental para garantir melhores resultados no tratamento e evitar que a doença se espalhe. No entanto, a maioria dos casos só apresenta sinais nas fases mais avançadas. Por proximidade, esse tumor pode comprometer órgãos vizinhos, como brônquios pulmonares, traqueia e estômago.

Nas fases precoces do diagnóstico, o câncer de esôfago chega a apresentar altas chances de curabilidade, acima de 80%. Quando a doença é localmente avançada, ainda é curável, e o tratamento podem envolver a conjunção de quimioterapia, radioterapia e cirurgia.

Já na doença metastática, as taxas de sobrevida avançaram muito, com novas estratégias de quimioterapia e, também, com a utilização da imunoterapia.

Na grande maioria dos casos, esses sinais não correspondem a doenças graves, mas é fundamental investigá-los, especialmente se permanecerem por vários dias. Caso perceba algum sintoma diferente, não adie uma conversa com seu médico.

Fernando Maluf é cofundador do Instituto Vencer o Câncer e professor livre-docente da Faculdade de Medicina da Santa Casa de São Paulo.

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