“Os influenciadores, ao contrário das celebridades, podem estar em qualquer lugar. Eles podem ser qualquer um. O que os torna influentes são seus seguidores na web e nas mídias sociais”, explica o Influencer Marketing Hub. “Com o poder de afetar as decisões de compra de outros por causa de sua autoridade, conhecimento, posição ou relacionamento com seu público em um nicho distinto.”
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Durante anos, a ex-chanceler alemã Angela Merkel esteve no topo da lista das mulheres mais influentes do mundo. Ela comandou com mãos de ferro a economia mais forte da Europa e foi uma voz incansável na defesa dos interesses da Comunidade Europeia. A lista de poderosas influentes atual inclui nomes como o da economista-chefe do FMI, Gita Gopinath; da nossa Luiza Trajano, empresária e filantropa; da presidente do Taiwan, Tsai Ing Wen; da ginasta Simone Biles… É uma lista imensa e bem variada. Entre os poderosos, destacam-se o empresário Elon Musk, da SpaceX e da Tesla; Jensen Huang, da Nvidia; o presidente Joe Biden; o príncipe rebelde Harry; o jogador de futebol americano Tom Brady etc., etc., etc. As listas prosseguem com outros nomes de grande visibilidade e impacto econômico, que variam de acordo com a publicação e a natureza dinâmica da liderança e do poder.
O que quero destacar é que todos esses nomes exercem grande influência global e são conhecidos de muitas pessoas linearmente. Mas existe hoje um outro tipo de influenciador, atuando em microcategorias e verticalmente, que é capaz de engajar seus seguidores nas mais diversas questões: os influenciadores digitais.
O “The New York Times”, porém, revelou há algum tempo que “quase 15% das contas do Twitter são contas automatizadas e projetadas para simular pessoas reais”, e o Facebook relatou “60 milhões de contas automatizadas” ou contas falsas administradas por bots. Isso abriu uma série de questionamentos sobre a realidade dos influenciadores digitais e as medidas que deveriam ser impostas juridicamente às empresas que perpetuam e incentivam esse comportamento. Mas o fato é que os influenciadores da internet são “celebridades” que têm muitos seguidores engajados e podem ajudar a iniciar tendências on-line. Não à toa, as empresas viram nas parcerias com influenciadores uma ótima forma de atingir um novo público e gerar vendas. Com isso, o marketing de influenciadores atingiu a marca de US$ 13,8 bilhões em 2021.
A boa notícia é que esses influenciadores, de diversas áreas, podem constituir um novo tipo de terceiro espaço onde o surgimento de temas sociais e de sustentabilidade pode gerar impacto no comportamento dos seus seguidores. Tal envolvimento leva ao aumento do interesse dos seguidores por esses temas. Hoje, muitos influenciadores já abordam questões sociais, ambientais e políticas. E essa é uma tendência que deve se consolidar fortemente nos próximos anos. Em outras palavras, ao lado dos líderes de carne e osso, estamos vendo a ascensão de líderes digitais, com potencial de inspirar, sobretudo, os mais jovens. É ou não é a repaginação de Bob Dylan?!
Nelson Wilians é CEO da Nelson Wilians Advogados.
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Artigo publicado na edição 94, de fevereiro de 2022.
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