Por que a micromobilidade é o futuro

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Micromobilidade: oportunidades de mudanças estão à frente

A eletrificação começa a desempenhar um papel importante na transformação do setor de mobilidade, além de apresentar grandes oportunidades de investimentos ambientalmente sustentáveis, embora o ritmo e a extensão da mudança sejam diferentes.

O ponto de inflexão na adoção de veículos elétricos de passageiros ocorreu no segundo semestre de 2020, quando as vendas e a entrada de veículos elétricos cresceram nos principais mercados, apesar da crise econômica causada pela pandemia do Covid-19, de acordo com o McKinsey Center for Future Mobility.

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Considerando que a micromobilidade veio para ficar, retomo a pauta. Não há dúvidas que os meios de transportes com menos de 500 kg e motorização elétrica transformarão a indústria automotiva e ajudarão a descarbonizar o planeta. Ouso afirmar que já estão!

Se aquele barulho típico dos aglomerados urbanos é o som tradicional do que seja mobilidade, a sua ausência é o sinal da matriz elétrica chegando.

Embora saibamos a persistência dos desafios para os veículos elétricos, as oportunidades de mudanças estão à frente. Isso é particularmente evidente nos territórios adensados, como as cidades, onde emissões, congestionamentos e segurança são questões importantes hoje. Se tal quadro continuar, os problemas de mobilidade se intensificarão à medida que o crescimento da população aumenta.

Em resposta, investimentos em micromobilidade estão gerando uma gama impressionante de inovações para as cidades, como:

mobilidade como serviço
gerenciamento avançado de tráfego e sistemas de estacionamento
soluções de compartilhamento de carga
centros urbanos de distribuição
transportes em duas ou três rodas

Os investidores não podem ignorar as tendências tecnológicas capitais, principalmente aquelas que atendem o desejo dos consumidores durante os seus deslocamentos. Para obter uma vantagem competitiva, deve-se investir com sabedoria.

De acordo com o McKinsey Center for Future Mobility, atualmente, temos oportunidades de transformar a maneira como nos deslocamos, sendo um vetor que resulta mudanças em três áreas: regulamentação, comportamento do consumidor e tecnologia.

Em relação à regulamentação, é importante que governos e cidades introduzam normas e incentivos, acelerando a mudança para a mobilidade sustentável. Além de estimular a redução do uso e o congestionamento de veículos particulares, ofertando maior apoio a modos de mobilidade alternativos, como bicicletas.

Nessa direção, a cidade de Fortaleza experimenta uma grande mudança. Há evidências de que a integração intermodal – ônibus e bicicletas compartilhadas e integradas – tem reduzido em 40% o tempo que o usuário destina ao seu deslocamento diário: casa – trabalho – casa. Além disso, o bilhete único contempla um único valor tanto para integrar e compartilhar os modais.

O comportamento e a conscientização do consumidor estão mudando à medida que mais pessoas aceitam modos de mobilidade alternativos e sustentáveis. Ainda sobre Fortaleza, as viagens com bicicletas compartilhadas aumentaram 60% ano a ano, sendo que o sistema foi implantado em 2014. O que se observa na capital do Ceará é que os consumidores estão se tornando mais abertos a opções de mobilidade compartilhada e integrada.

E, finalmente, tecnologia. O setor está em modo acelerado. A velocidade da inovação em tecnologia automotiva acompanha o desenvolvimento dos novos conceitos de mobilidade elétrica, conectada, autônoma e compartilhada. A indústria atraiu mais de US$ 400 bilhões em investimentos na última década, com cerca de US$ 100 bilhões vindos desde o início de 2020. Todo esse dinheiro tem como alvo empresas e startups que trabalham em micromobilidade elétrica, veículos de conexão e tecnologia de direção autônoma.

As inovações tecnológicas, por certo, ajudarão a reduzir os custos dos veículos elétricos e tornarão a micromobilidade compartilhada uma alternativa real.

Haroldo Rodrigues é sócio-fundador da investidora in3 New B Capital S.A. Foi professor titular e diretor de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação da Universidade de Fortaleza e presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa do Ceará.

Os artigos assinados são de responsabilidade exclusiva dos autores e não refletem, necessariamente, a opinião de Forbes Brasil e de seus editores.

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