As autoridades do Banco Central Europeu pareciam dispostas a reverter os estímulos em sua reunião de 10 de março e argumentaram que as condições para elevar os juros foram atendidas ou estão prestes a ser atendidas, mostrou a ata da reunião de hoje.
Os formuladores de política monetária concordaram no encontro em encerrar as compras de títulos em algum momento do terceiro trimestre, mas não fizeram promessa adicional de remoção do estímulo, mesmo com a inflação continuando a acelerar devido aos altos custos de energia e alimentos.
“Um grande número de membros considerou que o atual alto nível de inflação e sua persistência exigem novos passos imediatos para a normalização da política monetária”, mostrou o documento.
“Foi argumentado que, para todos os efeitos práticos, as três condições da orientação futura para um ajuste para cima nas principais taxas de juros do BCE já haviam sido atendidas ou estavam muito próximas de ser atendidas”, acrescentou o BCE.
É provável que o debate tenha avançado desde a reunião, no entanto, já que a inflação continua superando as expectativas, atingindo um pico recorde de 7,5% no mês passado, com alguns analistas falando agora sobre a possibilidade de leituras de dois dígitos até meados do ano.
Mas a guerra na Ucrânia provavelmente complicará as discussões. Os altos preços dos combustíveis e as sanções contra a Rússia pesarão sobre o crescimento, e a economia de 19 países da zona do euro deve estagnar, na melhor das hipóteses, no primeiro semestre do ano.
As autoridades mais conservadoras provavelmente pressionarão o BCE a definir uma data final mais precisa para as compras de títulos, provavelmente no início do terceiro trimestre, colocando o banco em posição de aumentar os custos dos empréstimos até o outono (no Hemisfério Norte), se tal movimento se justificar até lá.
Os mercados estão precificando um aumento combinado de 0,60 ponto percentual na taxa de depósito do banco –atualmente em -0,5%– neste ano, mesmo que nenhuma autoridade tenha defendido um aperto tão agressivo.
O BCE se reunirá novamente em 14 de abril e um cronograma mais detalhado para reverter o estímulo é possível.
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