Funcionários da Amazon de um galpão em Staten Island, nos EUA, votaram a favor de se sindicalizarem ontem (1o). Esta é a primeira vitória do movimento trabalhista que vem mobilizando funcionários do segundo maior empregador do país após anos de pressão de ativistas que alegam que a Amazon maltrata seus empregados.
Foram 2.654 votos a favor da proposta de criação de um sindicato e 2.131 contra, uma amarga derrota para a gigante do e-commerce que há anos luta contra os esforços de mobilização de seus funcionários nos EUA.
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Cerca de 57% dos 8.325 eleitores elegíveis votaram, e autoridades disseram que as 67 cédulas contestadas pela Amazon ou pelo Sindicato dos Trabalhadores da Amazon não foram suficientes para influenciar o resultado.
Autoridades eleitorais disseram que os resultados da contagem não serão verificados até que sejam processadas as objeções que ambas as partes podem apresentar até 8 de abril.
A votação para criar um sindicato dos funcionários na cidade de Nova York ocorreu um dia depois que cerca de 53% dos trabalhadores em um armazém da Amazon em Bessemer, no Alabama, votaram contra a sindicalização. O resultado oficial ainda não foi determinado porque a diferença entre os votos contra e a favor foi muito pequena.
O National Labor Relations Board (Conselho Nacional de Relações Trabalhistas) disse que 416 votos foram contestados na eleição de Bessemer, o que é suficiente para mudar o resultado atual.
A Amazon não respondeu a um pedido de comentário da Forbes.
O sindicato que tenta incluir os funcionários dos armazéns de Bessemer é o Retail, Wholesale and Department Store Union (Sindicato do Varejo, Atacado e Lojas de Departamentos), enquanto o esforço de Staten Island está sendo conduzido por uma nova organização iniciada por atuais e ex-funcionários do armazém chamada Amazon Labor Union (Sindicato Trabalhista da Amazon).
Este segundo é chefiado por Christian Smalls, ex-gerente assistente do armazém de Staten Island que foi demitido após organizar uma paralisação sobre as condições de trabalho durante a pandemia de Covid-19. Smalls disse que sua dispensa foi uma retaliação da empresa; a Amazon afirma que ele foi demitido por violar uma política que exigia que os funcionários ficassem em quarentena após serem notificados de uma possível exposição ao Covid-19, segundo a CNN.
O New York Times informou no ano passado que alguns funcionários do JFK8, o armazém de Staten Island, perderam seus benefícios ou seus empregos devido a erros causados por um novo sistema de gerenciamento – a unidade perdeu muitos empregados à época.
Os funcionários de Staten Island pleiteiam pausas mais longas, licença médica remunerada e um salário mínimo de US$ 30 por hora, informa a Associated Press.
Empregados de um outro armazém da Amazon em Staten Island, o LDJ5, realizarão uma votação para decidir sobre a criação de um sindicato no dia 25 de abril.
Em Bessemer, os funcionários relataram condições de trabalho “desumanas”, como turnos de dez horas em pé e sem pausas, o que abriu uma ampla discussão sobre como a empresa trata seus empregados.
A Amazon negou as alegações de más condições de trabalho e afirmou que paga mais do que o salário mínimo e oferece benefícios sem que haja um sindicato envolvido. A companhia pressionou os funcionários a votar contra a proposta.
Cerca de 70% dos empregados da Amazon em Bessemer votaram contra a criação do sindicato na primeira eleição realizada no ano passado, mas o Retail, Wholesale and Department Store Union lhes ofereceu outra chance de se sindicalizar após “objeções à conduta da Amazon” que incluem acusações de que a empresa pressionou os funcionários a votar contra.
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