Uma criptomoeda que surgiu de um tapa. Em resumo, essa é a definição da Will Smith Inu, ativo inspirado no tapa do ator Will Smith no comediante Chris Rock, na noite do Oscar, no domingo, (27). A moeda, considerada uma memecoin, ou seja, baseada em memes, repercutiu e, com 24 horas de existência, já havia valorizado 1600%. Outras criptomoedas também surgiram de momentos eternizados na internet como a Dogecoin, inspirada em um meme do cachorro da raça japonesa Shiba Inu. Também existiu a Mongoose Coin, que chegou a ter valorizações de até 400%, neste caso, a criptomoeda zombava de congressistas americanos.
“As memecoins, inspiradas em memes da internet, representam uma oportunidade de destaque entre tantas outras do mercado. Isso ocorre pelo fato de que a característica baseada no humor, muitas vezes, conta com forte apoio da comunidade online para seu sucesso. A cotação dessas memecoins sofre influência direta da empolgação do público e dos grupos que se organizam nas redes sociais”, explica Rafael Beraldi, CMO da Camelo Digital.
LEIA TAMBÉM: Criptomoeda Will Smith Inu bate recorde de valorização
Tatiana Fanti, especialista em marketing, fundadora da escola de empreendedorismo e comunicação Prima Donna, destaca que a internet, em muitos casos, perde a mão quando o assunto é meme, humor, virais e engajamento. “Criam estratégias que pegam carona em um acontecimento que se torna viral, mas esquecem que, no dia seguinte, já existe outro tema que tornou o fato de ontem irrelevante. E nessa, colocam em jogo algo que dinheiro não compra: reputação.”
A especialista reforça que reputação vai muito além de engajamento, likes e compartilhamentos. “É um dos ativos mais importantes de uma empresa e tal qual um banco, precisa de depósitos constantes (ou ações de comunicação) para que o saldo seja positivo. Uma crise de imagem é um déficit nessa conta reputacional e o questionamento que fica é: vale a pena criar uma memecoin que fortalece um dia, mas vai cair cada vez mais depois de 24 horas?”
A trajetória da Dogecoin
Com alguma frequência, a Dogecoin, memecoin mais conhecida até o momento, gera repercussão, sobretudo por ter como “padrinho” o bilionário Elon Musk. Em dezembro do ano passado, por exemplo, Elon Musk, que ajudou o dogecoin a se tornar um importante criptoativo este ano, explicou exatamente por que apoia o memecoin em vez do bitcoin, ethereum e outras criptomoedas.
Musk, em conversa com a revista Time após ser nomeado a Personalidade do Ano de 2021, disse que considera o dogecoin mais adequado para transações do que o bitcoin e que a memecoin tem um “potencial muito maior”. “O bitcoin é um exemplo interessante e é o principal motor disso”, disse Musk em um vídeo compartilhado no Twitter pela Time.
O post Memecoins: apenas zoeira da internet ou opção de investimentos? apareceu primeiro em Forbes Brasil.