A dívida pública federal do Brasil subiu 2,03% em fevereiro sobre janeiro, a R$ 5,730 trilhões, informou o Tesouro Nacional hoje (30), ressaltando que o período foi marcado por aumento da aversão ao risco nos mercados globais, causado principalmente por pressões inflacionárias e pela guerra na Ucrânia.
No mês, a dívida pública mobiliária interna teve alta de 2,30%, a R$ 5,490 trilhões.
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“A curva de juros futuros doméstica ganhou nível, acompanhando os desdobramentos externos e reagindo à ata do Copom (Comitê de Política Monetária), que fez crescer as apostas do mercado quanto a novas altas na taxa Selic”, disse o Tesouro em relatório, ponderando que o risco país brasileiro caiu 1,91% no mês apesar do aumento de aversão ao risco.
O estoque da dívida pública federal aumentou R$ 114,1 bilhões em relação ao mês anterior, resultado de uma emissão líquida de R$ 78,2 bilhões e a apropriação positiva de juros de R$ 36,1 bilhões.
No ambiente de aumento de risco, o Tesouro registrou alta no custo médio das emissões dos papéis, de 8,90% ao ano em janeiro para 9,50% ao ano no mês passado.
Houve moderado encurtamento do prazo médio de vencimentos da dívida pública federal para 3,86 anos no mês passado, ante 3,89 anos em janeiro. O percentual de títulos a vencer em 12 meses, por outro lado, teve leve queda de 23,76% para 23,36%.
Em relação ao perfil dos papeis, houve aumento da participação de títulos remunerados por taxa flutuante (de 38,43% para 39,11%), estabilidade na participação de títulos prefixados (26,89%) e queda na parcela de títulos atrelados à inflação (29,95% para 29,56%).
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De acordo com o Tesouro, as instituições financeiras ampliaram em R$ 78,56 bilhões o estoque de títulos, mantendo a liderança entre os detentores, com 29,54% do total. Também houve aumento de participação de fundos de investimento (mais R$ 21,40 bilhões) e fundos de previdência (mais R$ 33,94 bilhões).
Para o mês de março, o órgão do Ministério da Economia afirma que a pressão inflacionária e o aumento das tensões geopolíticas com a guerra na Ucrânia seguiram elevando a aversão ao risco nos mercados globais e provocando volatilidade, o que pressionou a curva de juros no Brasil. No entanto, essa pressão foi reduzida na segunda quinzena, beneficiada pela valorização do real.
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