Líderes brasileiras se importam mais com a inclusão do que seus pares masculinos. A maioria delas, 64%, considera que grupos mais diversos são essenciais para os negócios, levando em conta que diferentes vozes ampliam o leque de opiniões e ideias em reuniões. Apenas 54% dos líderes homens avaliam essa questão como prioritária. Os dados são de um recorte do levantamento internacional Quality Conversations, feito pela empresa YouGov a pedido da plataforma de análise de dados Tableau.
A diferença dos números entre homens e mulheres também se mantém em relação a suas opiniões sobre a importância de permitir que, em uma reunião, todos possam se expressar e colocar suas ideias. O tema tem relevância para 98% das entrevistadas e para 90% dos homens.
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Mulheres e dados
A inclusão não é o único assunto que tem mais apreço das líderes brasileiras do que dos homens. Para 64% das brasileiras entrevistadas, o conhecimento de análise de dados é uma das qualidades mais importantes nos negócios; 57% dos homens concordam.
Os dados são relevantes porque ajudam os profissionais a serem ouvidos e levados a sério, dizem 93% das entrevistadas – 81% dos homens estão de acordo. Os dados também são aliados para reduzir as incertezas nos negócios e tomar decisões mais acertadas, segundo 92% das mulheres e 87% dos homens. “Historicamente, nós, mulheres, buscamos estar mais embasadas nos nossos argumentos. Afinal, sempre foi mais complicado provar nossos pontos e sermos ouvidas”, diz Juliana Velozo, vice-presidente regional de vendas da Tableau.
Se elas reconhecem a importância dos dados, é natural que também façam mais uso deles em reuniões – 98% das mulheres enxergam essa ferramenta como critério fundamental para boas resoluções no trabalho, enquanto 89% dos homens compactuam com isso.
As líderes mulheres se destacam justamente pela capacidade de alinhar dados e fatos para corroborar os seus argumentos. “Geralmente, a gente pensa que a liderança feminina se diferencia pela intuição e a sensibilidade em detrimento de um pensamento mais pragmático, racional e objetivo, mas essas habilidades não são excludentes. Diante das dificuldades enfrentadas no mercado de trabalho, acredito que a gente consiga convergir pragmatismo com a nossa capacidade de cooperação e empatia”, afirma.
O levantamento Quality Conversations foi realizado em agosto de 2021, com 1977 entrevistas com executivos C-level, sendo 735 mulheres, de organizações de todos os portes. No Brasil, foram 224 entrevistas.
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