Nesta edição do C-Suite, há novidades nas áreas de alimentação, telecomunicações, tecnologia e mais. Fabrizzio Bozetto é o novo diretor de estratégia (CSO) da Tim. Gregory Ernst é o novo vice-presidente de vendas, marketing e comunicação para a América Latina da Intel e Otávio Figueiredo assume como diretor da escola de negócios Coppead/UFRJ.

Marina Viana é o destaque da quinzena. A nova CMO da GE Healthcare para América Latina começou como estagiária na empresa em 2006, na área de transportation (braço da GE que fabrica locomotivas). Passou pelo setor de óleo e gás e chegou à área de healthcare em 2012.

Forbes: Você começou há muito tempo e não saiu da empresa, algo bastante incomum em carreira hoje em dia. Como você vê essa trajetória?

Marina Viana: Comecei como estagiária quando estudava engenharia de produção. Parece que mudei de empresa várias vezes, essa é a minha sensação por tantas oportunidades que tive lá dentro. Comecei na área de qualidade de locomotivas, algo muito diferente do que faço hoje. Depois migrei para a área de produto e me encantei. Tive um mix de aprendizados, tanto em marketing quanto em vendas, local e globalmente. Vim para Healthcare há 10 anos e estive inicialmente focada em uma linha específica de cirurgias. Passados cinco anos, me juntei à estrutura de serviços, focando a estratégia em vendas. E nos últimos três meses fiz essa migração para ser CMO com uma visão 360° de toda a empresa. Por conta de tudo isso disse parece que trabalhei em várias empresas, porque foram muitas mudanças que me proporcionaram um aprendizado gigantesco em áreas e indústrias diferentes.

F: Com todas essas mudanças, quais foram os desafios para se adaptar?

MV: Eu sempre tive muita facilidade de me adaptar. Sempre tentei mapear as pessoas e conhecê-las. Esse sempre foi o primeiro passo ao entrar em um espaço novo, entender as motivações de cada um, como eu posso apoiar cada um. O segundo ponto é que eu sou muito focada em entrega, então tive a necessidade, e até hoje tenho, de olhar para esse novo cenário e falar quais são as minhas entregas de curto, médio e longo prazo. Se você não mede isso, dificulta a adaptação. Esses foram os caminhos que, ao longo das minhas várias mudanças, me permitiram ter sucesso.

F: O que fez seus olhos brilharem em relação ao marketing para que você mudasse de área?

MV: Há 15 anos, esse processo já tinha começado na área de produtos, que nada mais é que um marketing mais especializado. Quando comecei essa jornada, tive muito foco em como impactávamos o cliente e a partir do momento que você tem essa vocação, você tem talento para o marketing. Fui me desenvolvendo para isso também, em termos de
capacitação. Fiz uma pós-graduação e especializações em gestão e finanças, que são duas áreas em que é necessário ter conhecimento para tomar decisões em qualquer empresa. Também, nos últimos anos, estudei a mudança do mundo digital.

F: Que vivências da sua carreira vão ser importantes para aplicar às suas novas funções?

MV: A última foi liderando o time de vendas, porque até então eu tinha uma experiência muito limitada dessa área, ainda no início da carreira. Algo crucial para ter sucesso em marketing, na minha opinião, é realmente escutar não só o cliente, mas o time comercial. Aprendi muito estando nessa cadeira de líder de vendas. Esse ponto específico da venda me faltava e foi quando consegui amarrar meus conhecimentos. Com todas
essas variáveis, me sinto uma profissional mais completa agora.

F: Quais características você mais valoriza na sua equipe?

MV: Transparência e comprometimento.

F: Uma das suas metas é o crescimento sustentável. Como você planeja fazer isso?

MV: Não vejo nenhuma maneira da gente crescer sem pensar na sustentabilidade. Para isso, já temos o time correto. É crucial ter essa estrutura bem alinhada e um time focando no curto e médio prazo, mas é crucial também tem um pedaço do time visando o
longo prazo para ser de fato sustentável. As ações vão focar no resultado imediato, mas devem ter o olhar para como tudo se sustentará no futuro.

F: O que foi mais importante para você durante essa longa trajetória na empresa?

MV: Em primeiro lugar, são as pessoas que passaram no meu caminho. Eu aprendi muito com muitos líderes e com muitos times. O segundo ponto é essa oportunidade que a companhia me deu de poder passar em áreas diferentes. Se eu tivesse ficado 16 anos na mesma área, eu tenho certeza que eu não seria a profissional e a pessoa que sou hoje. Essa combinação possibilitou minha chegada até aqui.

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