Invasão à Ucrânia: empresas adotam postura ativista contra conflito

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O bilionário Richard Branson, da Virgin, se manifestou publicamente contra a invasão: pesquisa mostra que os consumidores esperam esse tipo de postura

O ativismo corporativo, que aumentou no ano passado em resposta a questões ambientais, sociais, de saúde pública e políticas, começa agora a abordar assuntos internacionais com a invasão russa na Ucrânia. Seguindo a liderança das sanções econômicas, algumas grandes empresas e organizações já demonstraram sua oposição à invasão de diferentes maneiras.

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Na segunda-feira (28), a Reuters informou que a Microsoft removeria os apps ligados à mídia estatal russa da loja de aplicativos do Windows e proibiria anúncios patrocinados pelo Estado russo. Facebook, Twitter e YouTube bloquearam anúncios com essa mesma origem, enquanto as empresas de entregas FedEx e UPS suspenderam as remessas que partiam ou estavam endereçadas à Rússia, de acordo com a CBS News.

Se outros líderes empresariais aderirem ao movimento, podem criar pressão adicional sobre o presidente russo, Vladimir Putin, e isolar ainda mais o país.

O Washington Post informou que a gigante petrolífera britânica BP disse que está deixando sua participação de US$ 14 bilhões na Rosneft, gigante de petróleo russa, por conta da invasão da Ucrânia por Moscou, em um dos maiores sinais até agora do corte de laços do mundo empresarial ocidental com o Kremlin. “Os dois representantes da BP no conselho da Rosneft, Bob Dudley e Bernard Looney, também estão renunciando”, informou a empresa.

“O ataque da Rússia à Ucrânia é um ato de agressão que tem consequências trágicas em toda a região. A BP opera na Rússia há mais de 30 anos, trabalhando com brilhantes colegas russos. No entanto, esta ação militar representa uma mudança fundamental. Isso levou o conselho da BP a concluir, após um processo completo, que nosso envolvimento com a Rosneft, uma empresa estatal, simplesmente não pode continuar”, disse o presidente da BP, Helge Lund, em comunicado.

Richard Branson

Richard Branson chamou Putin de “insensível” e calculista. O Business Insider informou que “o fundador do Virgin Group […] tem sido um forte crítico do presidente da Rússia e pede ‘a mais forte das respostas’ em sanções totais”.

Delta Air Lines

A Delta Air Lines cortou seus laços com a Aeroflot, companhia aérea nacional russa. “Removemos nosso código dos serviços operados pela Aeroflot além do Aeroporto Sheremetyevo de Moscou e removemos o código da Aeroflot dos serviços operados pela Delta de Los Angeles e Nova York-JFK”, informou a empresa em comunicado, acrescentando que não opera voos para a Ucrânia ou a Rússia.

Câmara de Comércio dos EUA

A CEO da Câmara de Comércio dos EUA, Suzanne P. Clark, disse em um comunicado que “a invasão da Ucrânia pela Rússia é uma grave violação do direito internacional, uma violação da soberania da Ucrânia e uma afronta à nossa firme crença em um mundo onde os países democráticos, seguindo o estado de direito e o sistema de livre iniciativa, podem ser livres e prosperar. A comunidade empresarial continuará apoiando o governo, o Congresso e nossos aliados para garantir uma resposta rápida e significativa à agressão da Rússia”.

Carta à Apple

O Market Watch informou que “o vice-primeiro-ministro da Ucrânia disse na sexta-feira (25) no Twitter que pediu ao presidente-executivo da Apple Inc., Tim Cook, que parasse de fazer negócios com a Rússia e seus cidadãos, inclusive cortando o acesso daquele país à App Store. “Mykhailo Fedorov, cuja biografia no Twitter diz que também é ministro da transformação digital da Ucrânia, tuitou na sexta-feira que enviou uma carta implorando a Cook que apoiasse a Ucrânia dizendo que, em 2022, a tecnologia moderna talvez seja a melhor resposta para os tanques, lançadores de foguetes múltiplos e mísseis.’”

Fedorov afirmou ainda ter enviado cartas semelhantes para Meta, dona do Facebook, Alphabet, a dona do Google, Netflix e Twitter.

Conselhos para líderes empresariais

Os CEOs que estão relutantes em ser a face pública de suas organizações ou se envolver em ativismo corporativo devem considerar os resultados de uma nova pesquisa que descobriu que os consumidores querem que os principais executivos das marcas tenham visibilidade. E esperam que eles se manifestem sobre questões controversas.

De acordo com o levantamento Edelman Trust Barometer 2022, 81% acreditam que os CEOs devem discutir pessoalmente políticas públicas com as partes interessadas. Já 60% disseram que, ao considerar um emprego, esperam que os CEOs falem publicamente sobre questões sociais e políticas controversas com as quais o futuro funcionário se preocuparia.

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