O presidente de um dos bancos centrais da zona do euro informou hoje (26) que a decisão de excluir a Rússia do sistema global de pagamentos Swift será tomada em questão de dias.
“[a decisão sobre] o Swift é apenas uma questão de tempo. Muito pouco tempo, dias”, disse a autoridade, que pediu para não ser identificada.
“É suficiente? Não. É necessário? Absolutamente. As sanções só fazem sentido se houver custos para ambos os lados e isso será caro”, acrescentou.
Na esteira da invasão da Ucrânia por Moscou, os países da UE (União Europeia) já anunciaram um pacote de sanções que cobriria 70% do mercado bancário russo.
Mas alguns países relutam em ir mais longe e cortar o acesso da Rússia à rede de transferência interbancária Swift devido a preocupações sobre como os pagamentos das importações de energia russa seriam feitos e se os credores da UE seriam pagos.
O ministro das Finanças francês, Bruno Le Maire, afirmou ontem que o “Swift é a arma nuclear financeira”, que permitiria que as instituições financeiras russas sejam cortadas de outras instituições em todo o mundo.
O ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba, pediu ao secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, que use toda a influência de Washington para convencer países europeus hesitantes.
“Todas as opções estão na mesa, dadas as implicações potencialmente de longo alcance de cortar a Rússia do Swift”, disse o vice-presidente da Comissão Europeia, Valdis Dombrovskis, na reunião dos ministros das Finanças.
O que é o sistema Swift?
A Society for Worldwide Interbank Financial Telecommunication (Sociedade para Telecomunicações Financeiras Interbancárias Mundiais), ou Swift, foi criada em 1973 e está sediada na Bélgica e lida com solicitações e mensagens de pagamento entre 11.000 instituições financeiras em todo o mundo, entregando 42 milhões de mensagens por dia em 2021.
Atualmente a maioria das transações interbancárias internacionais, como ordens de pagamento e transferências bancárias, são realizadas através da rede.
Cortar a Rússia do Swift teria um impacto econômico significativo: quando os EUA consideraram expulsar a Rússia da plataforma em 2014, devido à anexação da Crimeia, o ex-ministro das Finanças russo, Alexei Kudrin, estimou que o Produto Interno Bruto da Rússia encolheria 5% em um ano como consequência.
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