Ibovespa vira para o negativo com inflação mais alta que o esperado e Ucrânia no radar

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Regis Duvignau/Reuters

No cenário local, o IPCA-15 de fevereiro foi mais alto que o esperado: 0,99%, ante o consenso de 0,87%. Foi a maior alta para o mês em seis anos

Depois de abrir em alta, acompanhando o tom mais otimista dos mercados internacionais, o Ibovespa virou para o negativo hoje (23) por volta das 11:30h e continua a cair. Além de sentir a perda de fôlego em Wall Street, atenta à crise na Ucrânia, o resultado do IPCA-15 de janeiro pesa sobre o mercado brasileiro.

Às 15h, o Ibovespa caía 0,32%, a 112.528 pontos.

Os mercados estrangeiros impulsionaram o principal índice da Bolsa nesta manhã. As sanções econômicas dos Estados Unidos e seus aliados europeus contra o governo do presidente russo, Vladimir Putin, foram mais brandas do que o esperado.

No entanto, a cautela voltou a dominar o cenário internacional no início da tarde. Investidores aguardam os próximos passos a serem tomados por Putin – que concedeu hoje estar aberto à diplomacia, mas enfatizou que não comprometerá a segurança russa.

As bolsas norte-americanas operam com volatilidade e tendência de queda. Às 15h, O Dow Jones perdia 0,24%, a 33.515 pontos; o S&P 500 caía 0,48%, a 4.284 pontos; e o Nasdaq caía 0,78%, a 13.276 pontos, arrastando algumas empresas para baixo.

Após a alta na abertura, o Nubank (BDR: NUBR33) passou a cair e registrou perdas de 9% em Nova York. O banco reduziu o prejuízo a US$ 66,2 milhões no quarto trimestre, comparado com US$ 107,1 milhões um ano antes.

Apesar disso, o movimento de ganhos do after-market de ontem e pre-market de hoje perdeu força. Analistas consideraram que os resultados foram mais fracos que o esperado. Tanto Bradesco BBI quanto Itaú BBI manttiveram a avaliação de “underperform” para o banco.

No cenário local, o IPCA-15 de fevereiro foi mais alto que o esperado: 0,99%, ante o consenso de 0,87%. Foi a maior alta para o mês em seis anos.

A inflação, além de alta, está amplamente disseminada, segundo avaliação do Goldman Sachs. O índice de difusão cresceu para 78,5%, ante 69,2% em janeiro e 64,6% no mesmo mês do ano passado.

Os setores mais afetados são bens industriais e duráveis, alimentos, eletrodomésticos, despesas pessoais e vestuário. “O cenário desafiador da inflação atual e prospectiva, e a postura mais hawkish (dura com a alta dos preços) do Banco Central dos EUA exigem uma calibração conservadora da política monetária”, avalia o Goldman Sachs.

Quem lidera as baixas do pregão é a 3R Petroleum (RRRP3), caindo 6,43%, enquanto os papéis de outras petroleiras operam em alta.

Apesar de a companhia ter deixado para trás um prejuízo de R$ 147,5 milhões e registrado lucro de R$ 19,7 milhões no quarto trimestre de 2021 – reagindo aos preços mais altos do Brent –, o Ebitda recuou à medida que a empresa se prepara para operar mais ativos. O Ebitda ajustado caiu 21% entre outubro e dezembro, para R$ 83 milhões.

Enquanto isso, o destaque positivo do pregão é a Americanas (AMER3), que começa a se recuperar das quedas dos últimos dias causadas pela suspensão de suas plataformas de e-commerce. As ações sobem 5,44% após o restabelecimento parcial de seus sites.

No mesmo horário, o dólar era negociado em baixa de 0,81%, a R$ 5,0107.

“O real se valorizou frente ao dólar com o aumento do fluxo de capital estrangeiro diante do aumento dos juros nacionais. Isso pode aumentar agora que a inflação cresceu, já que a Selic deve subir junto, mas é um fluxo de capital muito insólito”, avalia Josian Teixeira, gestor de portfólio da Lifetime Asset Management.

“Estamos falando de capital especulativo, não aquele que vai financiar a longo prazo. Então esse fluxo pode sair a qualquer momento”, completa. (Com Reuters)

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