Internacionalização de startups: oportunidades e desafios

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Bernardo Brites: “A internacionalização da empresa não é exclusiva de altos investimentos, mas criar uma estrutura pode ser complexo” (Crédito: Divulgação)

Especializada em dar suporte financeiro a startups da América Latina, a fintech Trace Finance oficializou ontem (15) uma rodada de financiamento seed de US$4,3 milhões (R$ 22,3 milhões). O investimento foi liderado pela HOF Capital (Investidor na Stripe, SpaceX, Klarna, Uber e Niantic) com participação da Circle Ventures. De acordo com Bernardo Brites, CEO da Trace Finance, o capital será usado para expandir a solução bancária para startups, começando com o Brasil e EUA e com foco na atuação de um banco global para startups.

Para a Forbes Brasil, Brites explica os desafios e oportunidades da internacionalização de startups, bem como os caminhos possíveis para que esse movimento ocorra. “Hoje, startups com seeds maiores já têm montado a estrutura lá fora para receber investimento. Existem caminhos estabelecidos, porém caros. Além disso, com modelos cada vez mais escaláveis e focados no digital, diversas empresas optam por escalar internacionalmente desde o início, não sendo limitadas geograficamente.”

Os desafios da internacionalização

De acordo com Brites, “além de abrir a empresa lá fora, que é um processo caro e demorado, ainda é necessário conseguir acesso à conta bancária nos EUA e ao câmbio para mover os recursos entre o exterior e o Brasil. Escalar a operação em outro país também é um desafio enorme, pois muitos fundos que investem em startups brasileiras o fazem com a premissa de expansão internacional, principalmente para o resto da América Latina. Só que a infraestrutura bancária, regulatória e o mercado não são os mesmos. Por isso, uma startup brasileira que quer expandir para o México, chega a esperar meses pela abertura de uma conta bancária.”

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Altos investimentos x estrutura

“A internacionalização da empresa não é exclusiva de altos investimentos, mas como criar uma estrutura lá fora tem um custo elevado. Na maioria das vezes, as empresas optam por essa dinâmica após receber um investimento de pelo menos US$1 milhão. Tanto para criar uma estrutura com o intuito de receber aportes de fundos internacionais, quanto para expandir as operações internacionalmente”, explica Brites.

O contexto do Brasil

“Grande parte das startups brasileiras que receberam investimento superior a US$ 1 milhão já internacionalizaram a estrutura da empresa, seja para receber investimento ou para expandir as operações para outros países. Com todos os desafios, as maiores oportunidades são de melhorar essa experiência de ter que criar uma conta bancária em pelo menos 3 países, unificando o cadastro. Diminuir a burocracia e o tempo de abertura de conta e por último o preço e taxas cobradas pelos bancos no exterior.”

E as estrangeiras que vêm ao Brasil?

“Temos diversas startups entrando no mercado brasileiro, que é um dos países com maior adoção de tecnologia do mundo. A Tul, por exemplo, chegou ao Brasil agora após levantar um aporte de US$ 181 milhões. Assim como as outras, ela enfrenta uma burocracia considerável para criar contas bancárias, trazer o dinheiro das suas empresas estrangeiras e ganhar crédito e acesso a produtos que seriam essenciais para acelerar seu crescimento em território nacional. Mesmo tendo um faturamento de centenas de milhões de dólares em outros países, por ter uma empresa recém criada no Brasil, elas são tratadas como uma empresa nova e sem histórico.”

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