O Itaú Unibanco superou com folga o desempenho de seus maiores rivais no quarto trimestre, com uma combinação de controle de despesas e aumento robusto do crédito, que atingiu a inédita marca de R$ 1 trilhão.
O maior banco privado da América Latina anunciou ontem que seu lucro recorrente de outubro a dezembro somou R$ 7,16 bilhões no quarto trimestre, um aumento de 32,9% ante mesma etapa de 2020 e acima da previsão média de analistas consultados pela Refinitiv, de R$ 6,828 bilhões.
Na terça-feira (8), o Bradesco reportou lucro abaixo do esperado pelo mercado para o período, sob peso de baixas contábeis. Na semana passada o Santander Brasil também decepcionou com o lucro pressionado por maiores provisões para perdas esperadas com calotes.
O Itaú afirmou no relatório que o desempenho do trimestre refletiu maior volume de crédito e “mudança de mix de produtos, com maior crescimento de produtos com melhores spreads”. A margem com clientes deu um salto de 13% na base sequencial.
O estoque ampliado de empréstimos do banco fechou 2021 em R$ 1,027 trilhão, após ter crescido 18,1% no ano, com destaque para linhas de cartão de crédito (+30%) e financiamento imobiliário (+53,7%).
E com o índice de inadimplência acima de 90 dias total subindo apenas 0,2 ponto percentual em 12 meses, para 2,5%, o chamado custo do crédito – que mede provisões para perdas com atrasos, menos recuperação de crédito – subiu apenas 2,8% no comparativo ano a ano, para R$ 6,2 bilhões.
Em outra frente, as receitas do Itaú com tarifas e seguros no trimestre totalizaram R$ 11,9 bilhões, avanço de 5,8% sobre um ano antes. Na ponta contrária, as despesas operacionais do banco evoluíram apenas 0,3%, a R$ 13,36 bilhões.
Esse conjunto levou o retorno anualizado sobre o patrimônio a subir 4,1 pontos percentuais ano a ano, para 20,2%, em termos recorrentes.
Previsões
Em um documento separado, o Itaú previu que sua carteira de empréstimos crescerá até 12% neste ano e que terá uma margem com clientes avançando até 23,5% no período. Por outro lado, projetou também que o custo do crédito será cerca de 30% maior, considerando o ponto médio da faixa esperada de R$ 25 bilhões a R$ 29 bilhões para este ano.
Em outro fato relevante, o banco informou ainda que seu conselho de administração aprovou pagar juros sobre o capital próprio de R$ 0,013660 por ação.
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