O Spotify tirou do ar 113 episódios do podcast “Joe Rogan Experience” ontem (5), depois que Rogan emitiu um pedido de desculpas por usar insultos raciais em seu podcast, ampliando o escrutínio do comediante e comentarista em meio a um boicote à plataforma de streaming por artistas por permitir que Rogan espalhasse desinformação sobre a Covid-19.
Pontos-chave
A contagem do número de episódios retirados do ar vem de um site que rastreia podcasts de Rogan derrubados pelo Spotify, o JRE Missing. A Forbes confirmou que os episódios não estão mais disponíveis no serviço de streaming (o desaparecimento de 70 episódios foi relatado anteriormente pelo site CNET).
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Todos, exceto um dos episódios, foram gravados antes da pandemia de coronavírus crescer nos Estados Unidos, o que torna improvável que sua remoção esteja ligada às alegações duvidosas de Rogan sobre a Covid-19.
Foi decisão de Rogan remover os episódios após consultar o Spotify, informou a Bloomberg.
Rogan postou um vídeo no Instagram ontem pedindo desculpas pelo uso de insultos raciais em seu programa e comparando um bairro predominantemente negro ao filme Planeta dos Macacos, dizendo que foi um “momento de aprendizado” para ele.
Seu pedido de desculpas veio depois que a cantora India.Arie postou um vídeo no Instagram esta semana compilando vezes que usou tal linguagem.
Joe Rogan e Spotify não responderam imediatamente a um pedido de comentário da Forbes.
2021
Em abril, o Spotify removeu mais de 40 episódios dos podcasts de Rogan, incluindo um com os ativistas de extrema-direita Alex Jones, Milo Yiannopoulos e Gavin Mcinnes. Desde 2020, a plataforma tem um acordo com Rogan para hospedar seu podcast.
O que saber sobre o boicote à Joe Rogan
No mês passado, o astro do rock Neil Young pediu ao Spotify para remover suas músicas da plataforma como um protesto pela veiculação de informações falsas sobre vacinas contra a Covid-19 no “Joe Rogan Experience”. Young foi acompanhado por outros músicos. Joni Mitchell, Dave Crosby e Stephen Stills fazem parte da lista crescente de artistas que seguiram o exemplo de Young e solicitaram que seu conteúdo fosse removido.
Profissionais médicos também levantaram preocupações com a desinformação sobre a Covid-19 propagada por Rogan. A última controvérsia é um teste significativo para o Spotify, que supostamente gastou mais de US$ 100 milhões (cerca de R$ 530 milhões) em 2020 para levar ao serviço de streaming o programa de Rogan no YouTube.
O podcast de Rogan atinge cerca de 11 milhões de pessoas por episódio, o que faz dele o programa mais popular do Spotify. Rogan se desculpou pela controvérsia no domingo (30), reconhecendo que seu podcast se tornou uma “força descontrolada” e disse que “equilibrará as coisas” daqui para frente.
O CEO do Spotify, Daniel Ek, disse à CNBC na quinta-feira (3) que se sentiu bem com a forma como lidou com a controvérsia, alegando que fez o que os profissionais médicos pediram, referindo-se às medidas que delineou no domingo (30) para “combater a desinformação”, como adicionar um aviso de conteúdo a episódios sobre Covid-19.
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