De Estudante do ProUni a Diretora da Adobe: “Educação Transforma”

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Aos sete anos de idade, Camila Miranda decidiu que quando crescesse seria diretora de uma empresa. Sem muitas referências sobre o que significava construir uma carreira corporativa, sabia apenas que precisaria estudar muito. “Não tinha nenhum executivo na minha família. Fui a primeira a fazer faculdade”, conta a executiva, que integrou a segunda turma do Prouni e hoje lidera o marketing da Adobe no Brasil. “Educação e iniciativas como essa transformam a vida de jovens.”

Dedicação é o pilar que acompanhou sua trajetória desde o início. “É colocar energia naquilo que é importante para você e para a sua carreira”, diz. Quando precisou se comunicar com um novo chefe mexicano, aprendeu espanhol em três meses. Para abraçar oportunidades na empresa americana, teve aulas de inglês todos os dias, de manhã e à noite, até dominar o idioma.

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O esforço parece ter valido a pena. A executiva relembrou essa trajetória ao desembarcar em Nova York liderando a delegação da Adobe na NRF, a maior feira de varejo do mundo. “É difícil acreditar que hoje lidero iniciativas internacionais e apresento eventos em inglês para grandes líderes.”

Na ocasião, a brasileira foi a responsável por um evento da Adobe dentro de uma das principais lojas da Levi’s no mundo, demonstrando como a transformação digital está revolucionando o marketing no varejo. O encontro reuniu grandes lideranças, incluindo os CEOs da Renner e da C&A. “Nosso objetivo é que eles saiam com insights estratégicos para seus negócios.”

Divulgação

Camila Miranda em evento para C-Levels durante a NRF, em Nova York

Construindo pontes entre a América Latina e os EUA

Camila entrou na Adobe após atender a empresa por meio de uma agência. Há três anos na big tech, hoje lidera eventos internacionais, como a NRF e o Adobe Summit – que recebe 10 mil pessoas em Las Vegas – e conduz estratégias personalizadas para clientes, além de fortalecer o relacionamento entre marketing e vendas. “Apliquei muitas mudanças na abordagem das campanhas, trazendo insights de ABM Strategy e mostrando que não basta convidar um cliente para um evento, é preciso criar uma jornada completa de apoio ao time de vendas”.

Promovida em agosto de 2023, no mês seguinte já estava nos EUA para um curso de liderança em Stanford, uma das universidades mais renomadas do mundo. “Recebi o desafio de ser a ponte entre a América Latina e os Estados Unidos”, diz. “A promoção foi uma validação importante. Antes, eu era bastante insegura. Aprendi muito sobre como me posicionar como executiva.”

Para ela, abraçar novas oportunidades é o caminho para o crescimento. “Ficou claro que, para continuar evoluindo como profissional e ser humano, eu precisava me desafiar a fazer o que ainda não tinha feito. Dá frio na barriga, mas encaro como motivação.”

Equilíbrio entre o hard e o soft

Camila cresceu em uma região periférica de Campinas, no interior de São Paulo, e se mudou para a capital para estudar na Belas Artes. Formada em Rádio e TV, começou a trabalhar na Claro, onde caiu no marketing por acaso. Gostou tanto que fez especialização na Unicamp, e trabalhou na área na Kroton e na startup Sensedia. “Me tornei uma profissional muito analítica, desenvolvi um olhar voltado para dados e me especializei nessa vertical de relacionamento B2B dentro do marketing.”

Hoje, conseguir mesclar o lado mais técnico com a veia criativa é um diferencial que ela aproveita. “Uso a criatividade que trago da faculdade de comunicação para construir resultados tangíveis.”

A executiva cresceu na carreira observando pares e lideranças e ouvindo mentores ao longo do caminho. Desenvolveu habilidades socioemocionais, melhorou a comunicação e, sem muitas referências de líderes negros, foi abrindo as portas por onde passou. “Eu era a representatividade dos lugares e servi de referência para outras pessoas.”

“A minha geração, a primeira que teve acesso ao ensino superior, chegou em um mundo que não era nosso. Valorizamos as oportunidades porque sabemos como elas eram inacessíveis.”

Camila reconhece os avanços, mas também enxerga um longo caminho para garantir que as empresas reflitam a diversidade da sociedade. “Existe um esforço das corporações para que pessoas como eu ocupem esses espaços, mas ainda é pouco.”

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