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Segundo o Banco Central, o Pix é o meio de pagamento mais popular entre pessoas físicas. No entanto, o cenário é diferente no mundo corporativo, já que o boleto bancário é o método utilizado com maior frequência por 65% das empresas brasileiras. A pesquisa Panorama de Gestão Fiscal e Financeira 2025, realizada pela empresa de tecnologia Qive com apoio da Endeavor, mostrou que o boleto está à frente do Pix, com 33%, e do cartão de crédito, que está com apenas 2% das preferências.
O estudo, divulgado nesta quarta-feira (22), ainda aponta que há um elevado volume de pagamentos realizados pelas empresas todos os meses. Os dados mostram que 41% das companhias executam, em média, entre 101 e 500 pagamentos mensais e 35% ultrapassam as 500 transações.
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Segundo números da Febraban, R$ 5,8 trilhões foram movimentados em operações via boletos no Brasil em 2023, incluindo pessoas físicas e jurídicas. Para Adriana Karpovicz, diretora de vendas para grandes contas na Qive, esse alto volume exige um reforço de segurança pelas empresas para evitar fraudes. “Independentemente do método de pagamento escolhido, nós recomendamos sempre verificar a autenticidade das informações”, diz a executiva.
Alguns dos principais motivos que colocam o boleto à frente do Pix são questões de segurança e compatibilidade. O boleto oferece comprovantes mais padronizados e rastreáveis, além de que o processo de pagamento tem múltiplas aprovações para reduzir riscos e permite mais tempo para aprovação diante do alto volume de transações. Outro fator é que alguns sistemas de gestão empresarial (ERPs) ainda não possuem integração completa com o Pix.
Obstáculos X Empresas
A pesquisa também mostra que os principais desafios enfrentados pelas companhias brasileiras são de caráter fiscal, com 43% delas firmando ter recebido multas fiscais. Essa parcela aumenta para 53% na região Nordeste, já que há maior complexidade das legislações estaduais e menor acesso a tecnologias de automação. “Sem uma área preparada para identificar pagamentos indevidos, a empresa está mais sujeita a receber multas, e isso se reflete no país inteiro”, explica Karpovicz. O relatório mostrou que mais da metade das empresas (54%) acredita que até 10% do faturamento está comprometido com multas.
Outros aspectos que agravam o cenário são os diferentes estágios de maturidade das empresas brasileiras, pois enquanto algumas ainda enfrentam desafios básicos, outras já enxergam as áreas administrativas, fiscais e financeiras como estratégicas para o crescimento. Com isso, a executiva da Qive acredita que a tecnologia deve ser vista como aliada. “A pavimentação para o crescimento sustentável das empresas brasileiras passa pela automação de processos, capacitação de equipes e construção de processos mais eficientes”, afirma.
Escolhas do editor
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