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A menopausa, marco natural que encerra a fase reprodutiva feminina, ainda é envolta por dúvidas e tabus. A apresentadora Adriane Galisteu, conhecida por sua transparência e autenticidade, compartilha sua visão sobre o tema em conversa exclusiva com a Forbes.
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“Falar sobre menopausa é uma forma de empoderar as mulheres”, afirma Galisteu, que agora é embaixadora da campanha “Eu tô no clima”, da Besins. A iniciativa busca conscientizar sobre o climatério e a menopausa, etapas marcadas por mudanças físicas e emocionais que podem impactar profundamente o bem-estar e a qualidade de vida. “É possível passar por isso sem sofrimento, mas, para isso, é preciso falar, buscar ajuda e acolher as mudanças”, alerta Galisteu.
A menopausa ocorre, geralmente, entre os 45 e 55 anos e é definida pela ausência de menstruação por 12 meses consecutivos. Antes disso, o climatério já provoca sinais como ondas de calor, insônia, irritabilidade e alterações hormonais. “Entender essas mudanças é essencial para enfrentá-las com mais leveza e menos culpa”, reflete Adriane.
Na campanha, Galisteu se junta a especialistas e mulheres de diversas idades para abrir diálogo e promover o conhecimento. Afinal, como ela mesma resume: “Menopausa não é fim de nada. É um recomeço — com mais consciência, saúde e coragem.”
Confira a entrevista a seguir.
Você sempre foi uma mulher muito ativa e saudável. Como foi perceber que estava entrando na menopausa?
Eu não sabia que seria assim. Sabe, em algum momento da minha vida, achei que a menopausa não fosse me atingir. Sempre tive uma vida saudável, praticava esportes, corria todos os dias. Então, na minha cabeça, aquilo ia passar por mim de forma quase imperceptível. Mas fui atropelada pela menopausa.
Com quantos anos percebeu os primeiros sinais?
Os primeiros sinais vieram por volta dos 46 anos, com falhas na menstruação. Mas eu nem dei bola, achei que era algo passageiro. Aos 48, quase 50, foi quando tudo começou a mudar. É uma fase que mexe muito com a gente. E, olha, eu nunca tinha pensado nisso. Na época da minha mãe, a menopausa era um tabu. As mulheres tinham que passar por isso caladas, sem poder falar, porque havia todo aquele estigma de que você se tornava “descartável”.
Quais foram os sintomas que mais te impactaram?
Eu tive vários! Dentre os 85 sintomas que existem, eu devo ter passado por uns 40. Os mais conhecidos são os calores, que são insuportáveis. Mas não é só isso. Você perde o sono — eu acordava às 3h da manhã em ponto —, ganhava peso mesmo mantendo uma rotina saudável, perdia o humor, e minha libido caiu drasticamente. Meu cabelo começou a cair pela metade, minha pele ressecou, e o impacto na minha energia e autoestima foi devastador. Eu, que sempre fui muito feliz e bem comigo mesma, me vi triste e desmotivada.
Como você buscou ajuda?
Foi um processo. No início, corri para o ginecologista, mas percebi que nem todos os profissionais estão preparados para lidar com a menopausa ou reposição hormonal. Muitos ainda têm medo desse assunto, e isso só aumenta o nosso medo. Durante anos, a reposição hormonal foi vista como sinônimo de risco para câncer de mama, o que afastou muitas mulheres do tratamento adequado. Depois de muita pesquisa, encontrei um médico incrível, Dr. André Vinícius, especialista em hormônios femininos. Ele literalmente me deu uma aula sobre menopausa. Foram duas horas e meia de conversa, e só essa informação já foi um santo remédio.
Como foi o processo de tratamento?
Ele pediu vários exames e descobriu que eu estava completamente desregulada. Comecei com cremes hormonais, que permitem ajustes mais fáceis. Em 15 dias, já senti uma melhora incrível. Foi como ver uma luz no fim do túnel. Ajustamos a dosagem algumas vezes até encontrar o equilíbrio. Hoje, estou muito melhor e mais consciente de como meu corpo funciona. A informação foi essencial para transformar esse momento.
Sente que agora as mulheres falam mais sobre menopausa?
Com certeza! E é muito importante que continuemos falando. Por muito tempo, a menopausa foi ignorada, mas é uma fase que afeta profundamente a vida da mulher. Eu me senti na obrigação de compartilhar minha experiência porque percebi que muitas mulheres não sabem o que esperar ou como lidar. Não é só uma questão de calorão ou um ventilador ao lado. Afeta sua saúde física, emocional e mental. Se tivermos apoio e o tratamento certo, podemos atravessar essa fase com dignidade e bem-estar.
Que mensagem você deixaria para as mulheres que estão passando por isso?
Primeiro, busquem informação. A menopausa não é o fim de nada; é apenas uma nova fase que pode ser vivida com qualidade. Procurem profissionais especializados e não tenham medo de falar sobre o assunto. Cada mulher tem uma experiência única, e o importante é encontrar o que funciona para você. Com os cuidados adequados, é possível recuperar a energia, a autoestima e a alegria de viver.
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O post “Menopausa Não é o Fim, é Um Recomeço”, Diz Adriane Galisteu apareceu primeiro em Forbes Brasil.