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A revista Forbes foi a única do mundo a ser convidada pela Veuve Clicquot a participar da viagem em propriedades do grupo Belmond no Peru, no final de outubro (ambas marcas pertencem à LVMH).
Batizada de Solaire Journey, a jornada sul-americana começou no Hotel Monasterio, em Cusco, e embarcou em dois trens bastante especiais: o Hiram Bingham (de Cusco a Águas Calientes, perto de Machu Picchu), e o Andean Explorer (de Cusco a Arequipa, passando por Puno e pelo Lago Titicaca).
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Esta foi a terceira e última viagem de uma programação que também criou experiências exclusivas na Ásia e na Europa ao longo deste ano. Em comum, a alta gastronomia em cenários estonteantes e o tilintar de taças com os rótulos mais desejados da maison, escolhidos a dedo por Didier Mariotti, chef de cave.
Além de Didier, estava a bordo a cúpula global da marca de champanhe eternizada por Madame Clicquot (1777-1866) – viúva que revolucionou a produção da bebida e eternizou o lema “Only one quality, the finest”.
A seguir, trechos da entrevista com o CEO e presidente Jean-Marc Gallot – líder da marca há mais de dez anos, o executivo tem larga experiência no mercado de luxo, com posições de destaque em Louis Vuitton, Moët Hennessy, Fendi, Christofle, Salvatore Ferragamo e Cartier. E na nova edição da revista (número 125), já disponível para compra no app da Forbes Brasil, leia reportagem completa (oito páginas) sobre a viagem que Gallot garantiu que não se repetirá: “Somos assim, gostamos de criar ocasiões únicas.”
Forbes: Quando e por que a Veuve Clicquot teve a ideia de promover uma experiência de degustação durante viagens?
Jean-Marc Gallot: Tivemos essa ideia há dois anos, quando celebramos o aniversário de 250 anos da Veuve Clicquot. E não sei se chamaria isso de experiência de degustação porque, claro, temos muitos momentos agradáveis para apreciar diferentes champanhes. Mas, para mim, é bem mais que isso. É sobre realmente entrar no estado de espírito da marca. Claro, somos um fabricante de champanhe, mas o mais importante é transmitirmos o sentimento da marca, é isso que estamos almejando com esta viagem. Como tudo o que construímos em torno da maison é para ser Solaire – isso é sobre o sol. Tivemos a ideia de seguir o sol durante o ano: começamos de Singapura para a Malásia e depois de Viena para Paris, indo de leste a oeste, e agora com essa experiência aqui no Peru. Estamos na parte oeste do mundo, onde o sol, de alguma forma, está se pondo, e estamos muito felizes por termos construído este programa para o ano.
Considerando o sucesso das três viagens, vocês pensam em repetir a experiência no futuro?
Não, não é uma receita que vamos usar novamente. Isso é único. Somos assim: gostamos de proporcionar momentos verdadeiramente únicos.
Por que criaram as viagens nesses três continentes em trens da Belmond?
Ásia, Europa e América são muito importantes para Veuve Clicquot e pertencemos ao mesmo grupo que a Belmond. A LVMH é um grupo grande, mas há muita autonomia para cada membro. Então, mesmo que sejamos parte da mesma grande família, é muito trabalho feito de ambos os lados – mas fomos nós que surpreendemos pelo nível de ambição e pelo nível de criatividade que colocamos neste projeto. A Belmond tem trens extraordinários nesses três continentes. Conversamos com eles para criar algo muito especial. Conseguimos três jornadas bem diferentes em muitos aspectos: duração (a do Peru, com seis dias, foi a maior); número de pessoas participantes e paisagens.
A mais aventureira foi a da Ásia, com florestas e coqueiros na Malásia. A mais clássica e chique foi o da Europa. Tivemos um almoço incrível com dois chefs e com uma longa mesa para 18 pessoas. E aqui no Peru estamos com uma boa receita porque, primeiro, acho que estar tão alto e com esta paisagem e ambiente incríveis é muito único. E devo dizer também que o grupo de pessoas participantes deste evento é muito legal, se uniu rapidamente desde o início. É uma experiência extraordinária tanto do ponto de vista da paisagem como das relações humanas.
Você já conhecia o Peru?
É minha primeira vez aqui no Peru. E, honestamente, eu posso um dia voltar por prazer, pois a negócios, você sabe, há muitos lugares onde temos que ir.
Qual a relevância do Brasil para a Veuve Clicquot?
Quando você pensa no Brasil, você pensa no seu sorriso, no otimismo, nas pessoas que estão sempre buscando se reunir, compartilhar experiências bonitas e trazer alegria. Então, quando você pega isso e pega o DNA de todos os países do mundo, eu diria que talvez o que mais combina com o Clicquot é o Brasil.
Qual importância de Madame Clicquot para o mercado atual de champanhe?
Mais pessoas deveriam conhecer essa mulher incrível – assim, mais pessoas amariam a, talvez, primeira mulher empreendedora na França. Você sabe, na França no início do século 19, se você fosse uma mulher, não poderia trabalhar, exceto se fosse uma viúva em uma empresa familiar. A resiliência e o tipo de determinação que ela demonstrou é algo que estamos perdendo neste mundo. Acreditamos nas pessoas que não desistem muito cedo. Se Madame Clicquot estivesse viva hoje, tenho certeza de que ela realmente ultrapassaria os limites.
Como lidar com a realidade de que as novas gerações estão consumindo menos bebidas alcoólicas?
Eu tenho total respeito por isso. Acho que é uma notícia muito boa. Respeito que as pessoas possam pensar que precisam beber álcool de forma razoável. Nós sempre dissemos que devemos beber com moderação. E se as pessoas beberem menos, elas vão gostar de beber melhor. Então, temos um alto nível de qualidade. Um mercado onde as pessoas estão procurando mais exclusividade é uma grande oportunidade para nós.
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