Forbes, a mais conceituada revista de negócios e economia do mundo.
A carne pode até vir a faltar, mas o apetite dos investidores pelas ações do Carrefour (CRFB3) vai bem obrigado. Nesta segunda-feira (25), as ações fecharam com alta de 1,05%.
O movimento ocorreu cinco dias após as declarações de Alexandre Bompard, CEO global da rede de supermercados. Na última quarta-feira (20), o executivo declarou que o Carrefour deixaria de comprar carne de países do Mercosul, provocando mal-estar com entidades do setor no Brasil.
Leia também
Dólar Cai com Novos Nomes do Governo Trump, Mas Bolsa Também Fica no Vermelho
Boicote à Carne do Mercosul é Pior para o Carrefour do Que para o Brasil
Fornecedores de Carne Brasileiros Interrompem Entregas para Varejistas Locais do Carrefour
Por enquanto, os balcões dos açougues da rede brasileira seguem abastecidos. Na loja do Carrefour no Shopping Eldorado, na zona sul de São Paulo, a oferta segue normal apesar de alguns espaços vazios nas prateleiras refrigeradas
À reportagem, o responsável pelo balcão disse que não havia falta de carne e que poderia atender a um pedido de vinte peças de picanha.
Problema temporário
Segundo analistas ouvidos pela Forbes Brasil, o problema é mais retórico do que alimentar. “Isso não é algo permanente. Será resolvido. Se a empresa não comprar dos maiores fornecedores, comprará de terceiros para suprir a demanda momentânea”, diz Gabriel Meira, especialista da Valor Investimentos.
Por outro lado, se o boicote for mantido, a empresa pode sofrer com a dispersão de clientes. Em um setor de margens apertadas como o varejo, a redução de público pode ser mortal.
“Os consumidores podem evitar fazer compras no Carrefour Brasil e optar por outros mercados. Isso pode não acabar com a empresa, mas impactar o resultado no médio e longo prazo se o boicote for mantido”, comenta Denis Medina, economista e professor da Faculdade do Comércio. Se estiverem em dúvida sobre a oferta de carne, eles irão para a concorrência, reduzindo o afluxo de clientes em plena semana da Black Friday.
Protecionismo francês
As discussões se a carne brasileira era fraca ou não começaram na quarta feira, 20 de novembro, quando Alexandre Bompard afirmou que “o Carrefour quer estar em conjunto com o mundo agrícola e está tomando o compromisso de não comercializar qualquer carne proveniente do Mercosul”.
O braço da companhia francesa no Brasil garantiu que encontrará “soluções que viabilizem a retomada do abastecimento de carne o mais rápido possível, respeitando o compromisso com nossos mais de 130 mil colaboradores e milhões de clientes”.
A relação da empresa com os produtores brasileiros, no entanto, está estremecida. No dia 21, a Associação Brasileira das Indústrias Exportadores de Carnes (ABIEC) soltou uma nota intitulada “Se não serve para abastecer o Carrefour na França, não serve para abastecer o Carrefour em nenhum outro país.”
Escolhas do editor
As 25 Cidades e Estados Mais Seguros dos Estados Unidos
8 Cursos Gratuitos Para Desenvolver Habilidades em IA
Transcrição de Áudio: Veja Como Ativar a Novidade do WhatsApp
O post Carrefour: Ações Sobem, Mas Analistas Temem Impacto no Faturamento apareceu primeiro em Forbes Brasil.