Por Que a Dolce & Gabbana Está de Olhos Atentos na América Latina

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Alfonso Dolce, diretor-executivo da Dolce & Gabbana e irmão do fundador Domenico Dolce

Há duas décadas no Brasil, a Dolce & Gabbana surgiu em 1985 na Itália, fruto da colaboração entre a mente empreendedora de Domenico Dolce e as habilidades de styling de Stefano Gabbana. Com presença em mais de 100 países, a marca atualmente concentra sua atenção na América Latina, planejando expandir suas categorias de produtos de luxo para a região.

Essas informações foram obtidas em entrevista exclusiva com Alfonso Dolce, diretor-executivo da grife e irmão de Domenico. Desde 2023, havia rumores de que ele estaria entusiasmado com a ideia de estreitar as relações da empresa com a cultura latina. Segundo ele, a identidade brasileira, em particular, reflete muito bem a imagem que eles desejam para a marca.

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“Enxergamos a cultura brasileira como parte de nossas raízes. Somos mais autênticos e conectados com nossa essência. Valorizamos a vida, a família, as férias, e aproveitamos a beleza da vida de forma global, viajando e nos conectando com as pessoas, assim como os brasileiros fazem. Por isso, a relação de negócios no Brasil representa uma grande oportunidade”, disse.

Um exemplo dessa representação é a recente parceria com a Havaianas, marca brasileira de chinelos e sandálias mais conhecida do mundo. A colaboração se fundamenta em quatro das estampas mais icônicas da D&G, que adornam sandálias com acabamento em veludo estampado nas alças.

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Collab exclusiva com Havaianas_ lifestyle brasileiro com a criatividade italiana

 

No dia 27 de maio, aconteceu a abertura da nova loja conceito da marca no Brasil, no Shopping JK, em São Paulo. Além das peças de vestuário clássicas já conhecidas, o espaço agora apresenta uma linha de produtos para casa assinada pela grife. Alfonso destaca que a loja imprime o estilo de vida global da Dolce & Gabbana. Ele enfatiza que a coleção Home é uma parte essencial da marca, pois não se limita apenas a vestir as pessoas, mas oferece recursos para o ambiente em que vivem.

“Estamos permitindo que a marca crie uma nova experiência, mantendo o respeito pelos clientes fiéis da moda e aprimorando nossas relações comerciais com diversos parceiros, não apenas indivíduos, mas escritórios de design e desenvolvedores privados.”

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Loja conceito da marca, inaugurada em 27 de maio, no Shopping JK

Outro ponto crucial é a oportunidade de desenvolver não apenas residências privadas, mas novos empreendimentos, como o que está em andamento em Miami. “Nesse caso, estamos concebendo uma nova experiência de marca, que inclui residências privadas e serviços internos, como cafeteria, spa e academia”, explica Alfonso. “Um dos próximos projetos está previsto para as Maldivas, com início em 2027, com o resort Diesel Festival. Essa combinação de móveis e acessórios complementares, residências privadas e hospitalidade representa a verdadeira visão global da marca.”

De volta à América Latina, em breve o Uruguai oferecerá uma experiência semelhante, adiantou o executivo. No entanto, o foco principal é mirar em regiões nas quais ainda não estão presentes, como Argentina e Peru. “No próximo ano, levaremos a experiência D&G para esses novos mercados. Também estamos renovando nossas lojas em países como Brasil, México, República Dominicana e Panamá, ampliando o espaço para incluir novas categorias de produtos, como a coleção Home e a linha de beleza, que inclui fragrâncias e maquiagem.”

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Entre as prioridades da grife, o respeito com a cultura e a língua locais e a adaptação do conceito da loja: seleção de produtos de acordo com o lugar. Dolce explica que a estratégia envolve o diálogo com os governos locais na América Latina.

“Somos globais, mas muito locais em termos de responsabilidade ética e conexão com os consumidores”, ressalta.

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Domenico Dolce (à esquerda) e Stefano Gabbana, fundadores da Dolce & Gabbana, em foto dos anos 1990

A D&G também mantém um programa de sustentabilidade ambiental, com sete pontos específicos, garantindo que a empresa considere o futuro em todas as suas operações. Desde o início, a marca se dedica a ser sustentável. “Quando começamos, assumimos a responsabilidade pela sustentabilidade em todas as etapas, desde a contratação de novos funcionários até a produção dos produtos, utilizando sempre materiais naturais e respeitando o artesanato italiano”, conta o CEO.

E conclui: “Investimos no futuro da sustentabilidade, incluindo a formação de novas gerações em nossa escola interna, onde jovens aprendem com nossos mestres artesãos. Esse é um aspecto vital de nossa sustentabilidade, garantindo a continuidade da herança da Dolce & Gabbana”.

Entrevista publicada na edição 120 da revista, disponível nos aplicativos na App Store e na Play Store e também no site da Forbes.

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