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De olho no crescimento do setor florestal do Brasil, que alcançou uma receita bruta de R$ 260 bilhões em 2022, valor 6,3% maior em relação ao ano anterior, segundo o relatório anual de 2023 da Indústria Brasileira de Árvores (IBÁ), o Paraguai não quer ficar de fora desse mercado.
Esse foi um dos temas do evento “Investimento Florestal Sustentável: desafios e oportunidades para o Paraguai e região”, organizado pelo FMO, banco holandês de desenvolvimento empresarial que apoia o crescimento sustentável do setor privado em países em desenvolvimento e mercados emergentes. As discussões ocorreram nos dias 12 e 13 de novembro, em Assunção, na capital do país vizinho.
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Rodrigo Maluff, vice-ministro da Rede de Investimentos e Exportações (Rediex), órgão do Ministério da Indústria e Comércio do Paraguai que busca aumentar a presença de produtos e serviços do país nos mercados internacionais, afirmou que o governo está comprometido em fortalecer o setor florestal como um motor chave da economia paraguaia.
Ele explicou que a Rediex tem trabalhado para entender as necessidades do setor privado e os projetos que devem ser implementados para acelerar o desenvolvimento das plantações florestais.
“Estamos mirando em obter cerca de 120 mil hectares por ano de plantações nos próximos anos, estabilizando-os a longo prazo”, disse ele. Teresa Farmaki, gerente da Astarte Capital Partners, gestora de ativos reais sustentáveis europeia, falou que o Paraguai tem atraído olhares de investidores neste setor. “Concluímos uma arrecadação de fundos de US$ 325 milhões (R$ 1,9 bilhão na cotação atual), que inclui 33 investimentos provenientes de 24 países e 5 continentes”, disse ela.
Teresa também lembrou que o capital institucional considera o setor florestal atraente por causa de seu foco na sustentabilidade e na geração de impacto positivo. “Os investidores institucionais têm uma visão clara dos mercados. Querem investir em áreas com propósito, rumo a um futuro sustentável”, afirmou.
Além disso, ela destacou que as florestas abordam dois grandes desafios: a captura direta de carbono e a produção de biomateriais, o que as torna uma solução para um futuro mais verde.
Oportunidades Para o Setor Florestal
Segundo Teresa, o Paraguai possui aspectos fundamentais para atrair mais investimentos ao setor.
A abertura e a receptividade para os investimentos;
O clima e o solo do país são ideais para o desenvolvimento florestal em larga escala, o que representa uma vantagem competitiva significativa para os investidores;
O impacto social direto dos investimentos florestais, um fator importante para atrair investidores institucionais, que valorizam as oportunidades de gerar emprego e desenvolvimento em áreas remotas.
Financiamento Para Alcançar os Objetivos
Gabriel Sensenbrenner, especialista sênior do setor financeiro do Banco Mundial, destacou a necessidade de um financiamento em grande escala para cumprir os objetivos sociais propostos pela instituição. “O financiamento deve estar em uma escala adequada para alcançar os objetivos sociais”, disse.
Esse enfoque, Sensenbrenner, não busca apenas aumentar a produtividade no setor florestal, mas também criar um impacto significativo nas comunidades rurais, promovendo empregos formais em zonas que dependem da pecuária informal.
O projeto no qual o Banco Mundial está trabalhando atualmente contempla um empréstimo de US$ 100 milhões (R$ 577,4 milhões), o que permitirá o plantio de mais de 100 mil hectares e a criação de 5 mil empregos diretos.
Além disso, ele lembra que o Banco Mundial está incentivando a participação dos atores menores, o que poderia levar a uma mudança positiva nas práticas do setor florestal. “Queremos promover práticas que permitam que os jogadores menores entrem no jogo.”
Os Efeitos Multiplicadores
Sensenbrenner falou da importância dos efeitos multiplicadores gerados por esse tipo de projeto, que não só impulsionam o crescimento do setor florestal, mas também atraem investimentos de bancos e fundos especializados.
Embora tenha reconhecido que a estrutura financeira no Paraguai ainda esteja em desenvolvimento em comparação com países como o Brasil, que já possuem sistemas de fundos mais sofisticados, ele ressaltou que o progresso está em andamento. “Estamos melhorando para que esses efeitos multiplicadores sejam uma realidade e possamos alcançar o sucesso desses projetos”.
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