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O Ministério da Agricultura brasileiro afirmou nesta quarta-feira (20) que o Brasil abriu mercados na China para uvas frescas, gergelim, sorgo e produtos de peixe como farinha e óleo, após assinaturas de acordos durante visita de Estado do presidente chinês, Xi Jinping, a Brasília.
Com isso, o país registra a conquista de 281 mercados agropecuários desde o início de 2023 para dezenas de destinos. Mas o sorgo pode se juntar à soja e ao milho como outros importantes grãos de exportação para o principal parceiro comercial do Brasil.
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No sorgo, contudo, a participação brasileira é de 0,29% no mercado mundial, enquanto a China importou 1,83 bilhão de dólares deste produto no ano passado, sendo a maior parte dos Estados Unidos, apontou o Ministério da Agricultura, em nota.
O acordo envolvendo o cereal acontece algumas semanas antes de Donald Trump tomar posse como presidente dos Estados Unidos. No caso de uma “guerra” tarifária entre China e EUA, o sorgo poderia ser um dos produtos afetados, como aconteceu na disputa comercial de 2018.
Já a produção de sorgo no Brasil duplicou desde 2020/21, segundo dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), para 4,4 milhões de toneladas na temporada 2023/24, com maior demanda da indústria de ração e também de olho no potencial para a produção de etanol.
Mas a produção é relativamente pequena perto da soja, por exemplo, com colheita estimada em mais de 160 milhões de toneladas na safra 2024/25. Na lista de atos assinados por conta da visita de Estado da China, não há protocolos sobre miúdos de suínos e bovinos, citados pelo ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, no início da semana. Mas ele havia citado a possível abertura do mercado de uvas.
“O Brasil já se mostrou um país confiável na posição de maior fornecedor de alimentos e energia renovável e podemos continuar ampliando cada vez mais as parcerias”, disse Fávaro, em nota.
Outros produtos
O ministério afirmou que, considerando a demanda chinesa ao longo de 2023 para os produtos com protocolos assinados, além da participação brasileira nesses mercados, o potencial comercial é de cerca de 450 milhões de dólares por ano.
“Mas se levarmos em conta outras variantes de mercado e o potencial brasileiro, podemos comercializar muito mais, ultrapassando a cifra de 500 milhões de dólares por ano”, disse o secretário de Comércio e Relações Internacionais do Mapa, Luis Rua.
Nos produtos com protocolos assinados nesta quarta-feira, a China importa quase 7 bilhões de dólares, “e o Brasil vem se consolidando cada vez mais como um parceiro estratégico, confiável e seguro para a China”, disse Ruas.
Também a maior importadora de gergelim do mundo, com participação de 36,2% nas importações globais do produto, a China desembolsou 1,53 bilhão de dólares em 2023 na compra deste produto.
Já o Brasil ocupa a sétima colocação nas exportações, representando 5,31% do comércio mundial de gergelim, segundo dados do ministério. Em uvas frescas, o produto brasileiro chega aos consumidores chineses com registro de 2% no comércio mundial desta fruta, disse a nota do ministério.
“A China é um grande consumidor de uvas premium e importou mais de 480 milhões de dólares deste produto no ano passado”, afirmou o ministério, citando o potencial.
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