Como DJ Maz foi do Rio de Janeiro para as pistas internacionais

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André Queiroz

DJ Maz: “Eu diria que meu gosto musical é eclético e abrangente, gosto de tudo um pouco – ou melhor, de tudo muito”

Nascido e criado no Rio de Janeiro, Thomaz Prado – mais conhecido no mundo da música eletrônica como DJ Maz – desponta como um dos maiores talentos do gênero no Brasil. Aos 32 anos, ele acumula milhões de reproduções nas principais plataformas de streaming e participa de grandes festivais musicais, conquistando uma posição de destaque. 

O artista iniciou seu projeto em 2015 e rapidamente conquistou reconhecimento no cenário nacional e internacional. Em sua trajetória, apresentou-se em festivais e clubes renomados no Brasil, como Rock in Rio (2019 e 2022), Lollapalooza e Universo Paralello, além de ter tocado no festival americano Coachella, no Tomorrowland, no espanhol Hï Ibiza a convite de Vintage Culture, e no evento Brazilian Storm no Amsterdam Dance Event 2022, na Holanda.

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O remix de Maz para “Banho de Folhas”, de Luedji Luna, somou mais de 1 milhão de plays nas plataformas digitais e alcançou o Top #1 na categoria Afro House no Beatport, sendo sucesso em pistas de dança ao redor do mundo. O DJ também atingiu o primeiro lugar na categoria Organic House no Beatport com o remix de “Todo Homem” em parceria com Antdot, para Zeca Veloso. Reconhecido por DJs renomados como Black Coffee e Lee Burridge, Maz é fundador do selo Dawn Patrol Records e tem grande expectativa para sua próxima performance na pista da RW.

Para o artista, o sucesso vai além da técnica musical. Ele se destaca pela autenticidade e pela capacidade de se conectar com o público, criando experiências imersivas nos palcos internacionais. “É uma honra poder usufruir e juntar forças com toda a potência brasileira para trazer algo novo para as criações que estamos fazendo”, afirma o DJ. 

Rafa Lopes

Em sua trajetória, Maz apresentou-se em festivais e clubes renomados

Maz falou à Forbes sobre seu momento de vida, os planos para o futuro e mais. Confira os destaques do papo a seguir:

Forbes: ⁠Quem é Maz para além da carreira? 

DJ Maz: Maz é do Rio de Janeiro, onde nasceu e cresceu praticamente na praia. Quando não estou viajando a trabalho para tocar, estou em casa no estúdio, surfando em São Conrado, jogando altinha ou curtindo com os amigos. Durante a semana, mantenho uma rotina saudável para equilibrar o corre do fim de semana. Amo cachorros, toco violão e guitarra desde criança, e sou  flamenguista. Me acho um cara bem simples.

Você se lembra de quando começou o desejo de ser DJ?

Desde criança, eu brincava no computador com o Virtual DJ e já me interessava pelo assunto. Sempre fui ligado à música: tocava instrumentos e ouvia os mais diversos estilos, incluindo eletrônica. Mas foi depois de ir ao [festival] Universo Paralello, em 2013/14, que essa vontade realmente aflorou. Vivenciar experiências únicas, tanto na pista de dança quanto com pessoas especiais que conheci, despertou em mim o desejo de me aproximar ainda mais desse universo.

A partir de então, fui atrás de cursos para aprender a mixar, produzir e entender se era algo que eu realmente gostava. Foi aí que me apaixonei de vez e troquei o videogame pelo Ableton, programa que uso para produzir música.

Sempre teve relação com a música, desde a infância?

Sim, ganhei minha primeira guitarra do meu bisavô quando eu tinha dois ou três anos. Era uma guitarrinha, pequena, preta, que eu tenho até hoje. Comecei as aulas de violão aos 10 anos. Sempre ouvi os mais variados gêneros musicais, e meu avô materno, que é fissurado em música, me apresentou muita coisa na minha infância, de Frank Sinatra a Sonic Youth, do jazz ao house. 

Conta um pouco de como é seu gosto musical. 

Meu gosto musical é bem variado. Tenho fases de ouvir coisas diferentes: teve um ano em que eu só ouvia todos os CDs de Frank Sinatra, em outro Dr. Dre, depois Bob Marley, Kings Of Convenience. Bem aleatório [risos]. Hoje em dia, a maior parte do tempo eu escuto música eletrônica, seja para pesquisar ou produzir. Mas gosto de dar um tempo para ouvir nomes como Zero 7, Air. Curto rap e hip-hop, de Mac Miller a Kaytranada, e rock também: Neil Young, Silverchair e Ben Harper. Eu diria que meu gosto musical é eclético e abrangente, gosto de tudo um pouco – ou melhor, de tudo muito.

O que é sucesso para você? Já alcançou e, se não, o que sente que falta?

Sucesso pra mim, acima de tudo, é estar feliz, com saúde, de bem com as pessoas que você ama e que te amam. É estar em boas companhias. Tudo isso se resume em felicidade e bem estar. No fim, é isso que importa. 

Mas claro, conquistas profissionais e grandes feitos na carreira também são parte. Só o fato de eu viver do que amo, viajar o mundo inteiro, conhecer lugares e pessoas que eu jamais conheceria por meio do meu trabalho, é um privilégio enorme!

Por mais que eu esteja na estrada desde 2015 dando a vida por isso e tendo alcançado muitas coisas legais, ainda há muito por vir. Sinto que estou apenas no começo e a vontade de realizar coisas só aumenta. Além de muita música nova que tem pra sair, em 2025 vamos focar bastante nos eventos da nossa gravadora Dawn Patrol, pelo Brasil e pelo mundo.

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O Maz de 10 anos atrás jamais imaginaria viver o que você está vivendo agora? E o que você espera para os próximos 10? 

Pode parecer um pouco arrogante, mas desde que comecei na música, em algum lugar dentro de mim eu sabia que faria as coisas acontecerem. Eu sentia de alguma forma que esse era o caminho certo e nunca poupei esforços. Dei e continuo dando 110% de mim e nunca tive um plano B na minha vida. Desde a hora em que me encontrei como DJ e produtor eu já era apaixonado pelo processo, por toda a alquimia da coisa. Eu sabia que, mais cedo ou mais tarde, estaria vivendo disso. Não posso dizer que eu não imaginava nada disso: imaginei, corri atrás, sigo correndo, e venho colhendo alguns frutos nos últimos anos.

Daqui a 10 anos, eu me vejo fazendo a mesma coisa, talvez com intensidades e prioridades diferentes. Provavelmente terei família e filhos. Uma década é muito tempo, mas passa rápido. Me imagino surfando, junto dos amigos sempre, fazendo música e viajando o mundo pra tocar. Não preciso de muito mais [risos]. Vou seguir o que já estou fazendo.

Como a cultura brasileira se embrenha na sua música? E como isso é importante para você? 

Sei que é engraçado, mas há um tempo eu achava que música brasileira e vocais em português não combinavam com música eletrônica, não davam match. Por ironia do destino, ao me permitir tentar trabalhar pela primeira vez com um vocal em português, fiz “Banho de Folhas”. Isso abriu um portal de possibilidades na minha cabeça como produtor musical. E comecei a explorar a fundo toda nossa riqueza musical.

É uma honra poder usufruir e juntar forças com toda a potência brasileira para trazer algo novo para as criações que estamos fazendo.

Alguma novidade que possa compartilhar com a gente? 

Vou focar nas festas da Dawn Patrol em 2025, tanto no Brasil quanto no mundo. Além disso, tenho muitas músicas sendo produzidas e muitos lançamentos pela frente. E ainda tem as datas incríveis que eu não posso anunciar agora. Só coisas boas no horizonte!

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