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Frequentemente me deparo com a afirmação de que o produtor rural põe fogo nas suas terras, mas ela está bem distante de ser realidade na prática. A destruição pelo fogo é implacável e representa alto risco à propriedade rural. Os nutrientes que proveem fertilidade e, portanto, produtividade e lucro, são volatilizados pelo calor, fazendo com que a produtividade caia na sequência.
O vento, por sua vez, pode levar o estrago para longe em questão de horas, por milhares de hectares, levando consigo infraestrutura, produção e até mesmo a moradia das pessoas.
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A recuperação nesses casos é lenta, custosa e difícil. Não bastasse a aplicação de pesadas multas através de fiscalização por assessoramento remoto aos responsáveis pela terra, das quais eles devem se defender para provar que não foram os causadores do fogo.
Então o prejuízo é dobrado, perda de produção, dificuldade para pagar a dívida no banco e multa vindo dos órgãos oficiais. Eles, por sinal, divulgaram dados que comprovam essa tese.
De acordo com informações do Instituto de Pesquisas Espaciais, adaptados pelo Corpo de Bombeiros do Mato Grosso, as áreas produtivas regularizadas, que ocupam 53,6% do território do Estado, registraram proporcionalmente o menor número de focos de calor em 2024, menos de um foco para cada 100 quilômetros quadrados.
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Os focos de calor, proporcionalmente mais relevantes em relação a área cometida, ocorreram em terras irregulares, assentamentos, terras indígenas e unidades de conservação, respectivamente, confirmando que o produtor rural é vítima do fogo e não o seu causador. Vamos combater as queimadas ilegais e conhecer a verdade sobre a produção agropecuária brasileira.
*Lygia Pimentel é médica veterinária, economista e consultora para o mercado de commodities. Atualmente é CEO da AgriFatto. Desde 2007 atua no setor do agronegócio ocupando cargos como analista de mercado na Scot Consultoria, gerente de operação de commodities na XP Investimentos e chefe de análise de mercado de gado de corte na INTL FCStone.
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