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O Banco Central (BC) divulgou na manhã desta terça-feira (12) a Ata da reunião de nº 266 do Comitê de Política Monetária (Copom), que foi realizada nos dias 5 e 6 de novembro. O texto indicou uma piora nas expectativas do Comitê em relação à inflação.
Uma das razões mais importantes é o aperto no mercado de trabalho. “As recorrentes surpresas de curto e médio prazo na taxa de desemprego reafirmam um mercado de trabalho apertado (…). O dinamismo no mercado de trabalho é compatível com a inflação de serviços, a qual se mantém acima do nível requerido para o cumprimento da meta de inflação”, informa o texto. E acrescenta que “O Comitê seguirá monitorando o momento e a magnitude do canal de transmissão de salários para preços para assegurar a convergência da inflação à meta.”
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Segundo a Ata, não há sinais de desaceleração estrutural da economia, apesar de um alívio nos dados. “[A] atividade econômica e o mercado de trabalho domésticos seguem dinâmicos (…)alguns indicadores apresentaram sinais incipientes de moderação (…) sem que se possa concluir tratar-se de uma inflexão no mercado de trabalho ou no ritmo de crescimento”.
Como não poderia deixar de ser, os problemas fiscais estão no centro da avaliação do Comitê. “[O] esmorecimento nas reformas estruturais e disciplina fiscal (…)e as incertezas sobre a estabilização da dívida pública têm o potencial de elevar a taxa de juros neutra da economia, com impactos deletérios sobre a potência da política monetária e, consequentemente, sobre o custo de desinflação em termos de atividade”, diz o texto no parágrafo 12.
E continua no parágrafo 13: “A percepção dos agentes de mercado sobre o crescimento dos gastos públicos e a sustentabilidade do arcabouço fiscal vigente vem tendo impactos relevantes sobre os preços de ativos e as expectativas”. Resumindo, sem disciplina fiscal os juros terão de subir até estrangular a economia.
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Cenário internacional
O texto tratou da eleição americana. “Em paralelo, a possibilidade de mudanças na condução da política econômica também traz adicional incerteza ao cenário, particularmente com possíveis estímulos fiscais, restrições na oferta de trabalho e introdução de tarifas à importação”, segundo a Ata.
E também discutiu o cenário para a China, maior parceiro comercial do Brasil. “O Comitê debateu em maior profundidade a desaceleração chinesa (…), as respostas fiscais e monetárias recentemente anunciadas podem trazer algum suporte ao crescimento de curto prazo, mas permanecem desafios para o crescimento de médio prazo.”
O interesse nisso, claro, é o impacto sobre a inflação no Brasil. O texto não deixa dúvidas: “como usual, o Comitê focará nos mecanismos de transmissão da conjuntura externa sobre a dinâmica inflacionária interna e seu impacto sobre o cenário prospectivo”.
Conclusão: apesar de reconhecer alguma melhora nos indicadores, o Comitê segue vendo um panorama negativo para a inflação, provocado principalmente pela desancoragem das expectativas com relação à inflação e com a falta de perspectivas para o aumento da disciplina fiscal.
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