O bitcoin alcançou a marca de US$ 90 mil nesta terça-feira (12), impulsionado pela euforia do mercado após a eleição de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos, com a expectativa de que seu governo seja favorável às criptomoedas.

Leia também

A maior criptomoeda do mundo tem exibido uma das movimentações mais expressivas desde a eleição, atingindo a máxima de US$ 89.982 na sessão até o momento, acumulando ganhos de aproximadamente 30% desde 5 de novembro. Contudo, por volta de 8h50 (horário de Brasília), recuava 0,55%, sendo negociada a US$ 87.541.

O bitcoin tem acompanhado a valorização da montadora Tesla, que acumula alta de quase 40% desde a divulgação dos resultados eleitorais, devido à percepção de que interesses alinhados a Trump se beneficiarão em seu governo. “Os entusiastas de criptomoedas acreditam que têm um presidente com ideias semelhantes”, afirma Alvin Tan, chefe de estratégia de câmbio para a Ásia na RBC Capital Markets.

“A questão com o bitcoin, no fim das contas, é que ele não possui uma âncora de valorização, o que dificulta a noção de valor justo. Quando o sentimento do mercado é muito positivo, a criptomoeda pode subir mais do que outras classes de ativos”, explica Tan.

Trump e as criptomoedas

Durante sua campanha, Trump manifestou apoio aos ativos digitais, prometendo transformar os Estados Unidos na “capital cripto do planeta” e criar um estoque nacional de bitcoin. Embora não esteja claro como ou quando isso ocorreria, a possibilidade gerou um aumento especulativo na mineração de criptomoedas e na negociação de ações.

“Acredito que isso aumenta as chances de outros países comprarem bitcoins para competir com os EUA”, disse Matthew Dibb, diretor de investimentos da gestora de ativos de criptomoedas Astronaut Capital. “Além disso, poderia ser um grande impulso para os mineradores de bitcoin listados nos EUA, dado o potencial de nacionalização dessas empresas.”

A Riot, uma plataforma de mineração de criptomoedas, subiu quase 17% em Wall Street na segunda-feira, enquanto as mineradoras MARA Holdings e CleanSpark registraram ganhos de cerca de 30%. A empresa de software e investidora em bitcoin MicroStrategy anunciou que investiu aproximadamente US$ 2 bilhões em bitcoin entre 31 de outubro e 10 de novembro, o que fez suas ações subirem 26% na segunda-feira.

“Claramente, esta é uma negociação que reflete o apoio de Trump à indústria, o que pode aumentar a demanda tanto por ações de criptomoedas quanto pelas próprias moedas”, disse Nick Twidale, analista-chefe de mercado da ATFX Global em Sydney, sobre a alta do bitcoin. “O fato de o bitcoin estar próximo de máximas históricas quando o resultado da eleição foi anunciado indicava um horizonte positivo.”

A euforia se espalhou pelo mercado de criptomoedas, impulsionando também tokens menores, como ether e dogecoin, embora essas moedas apresentassem leve recuo na manhã desta terça-feira na Europa.

Investidores de criptomoedas enxergam maior chance de redução na fiscalização pela Securities and Exchange Commission (SEC), que regula o mercado de capitais nos EUA, caso Trump substitua Gary Gensler, atual líder da agência. Em setembro, Trump também anunciou a criação de um novo negócio de criptomoedas, o World Liberty Financial.

Siga o canal da Forbes e de Forbes Money no WhatsApp e receba as principais notícias sobre negócios, carreira, tecnologia e estilo de vida

“O que estamos vendo não é apenas um marco de preço; é um sinal de que o mercado está se aquecendo para o bitcoin como um ativo potencialmente mais estável e, inclusive, politicamente favorecido”, conclui Justin D’Anethan, chefe de desenvolvimento de negócios na Ásia-Pacífico da Keyrock, criadora de mercado de ativos digitais.

Escolhas do editor