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O governo brasileiro anunciou na noite de sexta-feira nova meta climática que será apresentada na conferência do clima da ONU COP29 em Baku, no Azerbaijão, com redução de emissões líquidas de gases de efeito estufa de 59% a 67% em 2035, na comparação aos níveis de 2005.
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A conferência em Baku ocorre de 11 a 22 de novembro e o Brasil será representado pelo vice-presidente Geraldo Alckmin, uma vez que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva cancelou a viagem por causa de um ferimento na cabeça.
A nova meta abrange todos os setores da economia e está alinhada ao objetivo do Acordo de Paris de limitar o aquecimento médio a 1,5ºC em relação ao período pré-industrial, conforme Balanço Global acordado na COP28, em Dubai, em 2023.
De acordo com comunicado do governo, a segunda Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC) brasileira “equivale, em termos absolutos, a uma redução de emissões para alcançar entre 850 milhões e 1,05 bilhão de toneladas de gás carbônico equivalente em 2035”.
Em comparação ao objetivo já estabelecido para o ano de 2030, há incremento de 13% a 29% em ambição em termos de redução de emissões absolutas, acrescentou comunicado.
No entanto, para o Observatório do Clima, os números estão desalinhados com a contribuição justa do Brasil para a estabilização do aquecimento global em 1,5°C.
“Também estão desalinhados com os compromissos já adotados pelo governo e com a promessa do presidente da República de zerar o desmatamento no país – em conjunto, essas políticas levariam a uma emissão líquida menor que 650 milhões de toneladas em 2035”, afirmou o secretário-executivo do Observatório do Clima, Marcio Astrini.
Lula prometeu zerar o desmatamento na Amazônia até 2030, em tentativa de restaurar a credibilidade climática do Brasil, que vai sediar a conferência climática COP30 das Nações Unidas na região da Amazônia no próximo ano.
O desmatamento na Amazônia brasileira caiu 30,6% nos 12 meses até julho em comparação com o mesmo período do ano anterior, de acordo com dados do governo divulgados na quarta-feira — a menor área destruída na maior floresta tropical do mundo em nove anos.
Cientistas consideram a proteção da Amazônia essencial para conter as mudanças climáticas devido à enorme quantidade de dióxido de carbono — que contribui para o aquecimento global — absorvida pelas árvores da floresta.
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