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É importante compreender que, nas relações de influência entre países, a dimensão cultural é fundamental. Neste sentido, não se pode considerar agentes relevantes apenas Estados, organizações internacionais ou ONGs. Há uma figura elementar na estruturação dos valores que orientam a tomada de decisão de quem está no poder, com a caneta na mão: o indivíduo, seu desenvolvimento, suas ações e os impactos que elas têm em questões de alcance global. A cultura de um território, de um povo têm um valor significativo que contribui para o desenvolvimento, o diálogo e entendimento entre os povos, além da influência, claro.
A capacidade de influenciar outros países sem o uso da força tornou-se um recurso estratégico fundamental no campo político e econômico e foi daí que surgiu o conceito de Soft Power, em que a influência passa a ser feita por outros elementos, como a tecnologia, as artes e a cultura. Joseph Nye, cientista político norte-americano, foi um dos primeiros a popularizar esse termo e, para ele, Soft Power é a capacidade de atrair outros a quererem acompanhar a sua referência, a sua visão de mundo.
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Por isso, foi extremamente interessante e animador conhecer as estratégias da fundadora do The Africa Soft Power Group, Nkiru Balonwu, um exemplo de como a idealização de objetivos mútuos, reconhece a necessidade de incorporar perspectivas africanas vitais – e muitas vezes ainda invisíveis – na conversa global. Essa é uma missão importante não apenas para a própria África, mas para a economia mundial, especialmente em um momento em que uma série de questões interseccionais ameaçam o crescimento futuro (e presente).
Quando falamos sobre Soft Power a partir da cultura negra, estamos explorando a maneira como elementos culturais negros – música, arte, moda, literatura, dança e culinária – atuam como embaixadores globais de valores, identidades e narrativas. Por meio da música, ritmos como o jazz, blues, soul, funk, hip-hop e afrobeat ultrapassaram fronteiras e se tornaram fenômenos mundiais. Eles embalam o cotidiano de milhões de pessoas e também transmitem histórias, resistência e uma outra perspectiva da noção de ancestralidade. O impacto vai além do entretenimento: molda comportamentos, inspira estéticas e até decisões políticas e sociais.
Nkiru presta consultoria para algumas das principais organizações do mundo sobre como elaborar estratégias eficazes para o desenvolvimento de territórios africanos. E ela faz isso a partir da lógica destes territórios. O projeto ASP (Africa Soft Power) está focado em aproveitar as indústrias criativas, culturais e de conhecimento do continente para se impulsionar, ao mesmo tempo, em que defende a inclusão de vozes africanas e da diáspora no discurso global. O ASP mostra o continente e o que sua perspectiva única pode trazer para a economia global moderna em geral.
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Quando a cultura negra ocupa espaços, ela apresenta uma estética, mas convida a um olhar mais atento sobre histórias, contextos e valores – transformando-se, assim, em um poderoso vetor de inovação nas relações entre os países e suas culturas, além do que estas relações se materializa no desenvolvimento econômico do mundo.
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