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O Bradesco (BBDC4) divulgou um lucro líquido recorrente de R$ 5,225 bilhões no 3T24, crescimento de 13,1% na comparação anual e 10,8% acima do ganho do trimestre anterior. O aumento do lucro veio dos avanços anuais de 5,1% das receitas de prestação de serviços e de 3,5% nas receitas totais, que somaram R$ 30,6 bilhões.
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O banco registrou crescimento nas receitas com prestação de serviços, em parte pela consolidação dos números da Cielo, controlada em conjunto com o Banco do Brasil e que teve seu capital fechado no trimestre. Também houve avanço, mais tímido, na margem financeira, e a queda da inadimplência levou a uma redução importante nas provisões.
A carteira de crédito cresceu 7,6% ante o mesmo período de 2023 e 3,5% frente ao 2T24, chegando a R$ 943,91 bilhões. A maior alta foi nos empréstimos para empresas, que avançaram 11,2%. Os financiamentos concedidos às Pequenas e Médias Empresas (PME) aumentaram 16,9%, e os empréstimos para pessoas físicas cresceram menos, cerca de 8,9%. O banco fechou o período R$ 2,077 trilhões em ativos, crescimento de 7,6% no ano. O patrimônio líquido cresceu 1,3% para R$ 162,9.
O retorno sobre o patrimônio líquido foi de 12,4%, alta de 1,1 ponto porcentual ante o 3T23 e de 1 p.p. frente ao 2T24. Ao comentar os resultados, Marcelo Noronha, CEO que deve completar um ano no cargo em novembro, disse não estar satisfeito com a rentabilidade patrimonial. “Podemos fazer melhor”, disse ele. “Porém eu estou satisfeito com a melhora dos demais indicadores.”
Inadimplência
O banco alterou sua estratégia na concessão de empréstimos e passou a considerar uma métrica denominada Retorno Ajustado ao Risco (RAR). Por essa metodologia, o Bradesco prefere conceder empréstimos menos arriscados, ainda que sejam menos rentáveis. Isso permitiu uma boa melhora nas condições do balanço. A Provisão para Devedores Duvidosos (PDD), que indica a expectativa de inadimplência dos créditos, caiu para R$ 7,1 bilhões, baixa de 22,4% em relação ao mesmo período de 2023. Ante o 2T24 a queda foi de 2,4%.
A postura mais cautelosa e o crescimento menor dos empréstimos às pessoas físicas também melhoraram os índices de inadimplência do banco. Neste trimestre, a inadimplência total para atrasos acima de 90 dias caiu para 4,2% ante os 5,6% do mesmo período de 2023, uma baixa de 1,4 ponto percentual. A inadimplência no caso das pessoas físicas caiu mais ainda, recuando para 5,2% ante os 7,2% de 12 meses atrás, uma baixa de 2 pontos percentuais.
Segundo Noronha, apesar da queda da inadimplência, o Bradesco seguirá com um apetite moderado para expandir sua carteira de crédito, em especial para as pessoas físicas. “Apesar de muitos clientes que ficaram inadimplentes com a pandemia já terem recuperado seus empregos, ainda há dívidas a serem pagas, por isso não queremos aumentar muito esses empréstimos.”
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Avaliação dos analistas
No fim da manhã as ações do Bradesco eram negociadas com uma baixa de 3,6% em relação ao fechamento da véspera. Segundo os analistas do BTG Pactual, a principal causa disso foi a rentabilidade patrimonial ainda reduzida, apesar da queda da inadimplência. “Os resultados ficaram em grande parte alinhados [com as expectativas do mercado]”, escreveram eles. No entanto, há um ponto preocupante: “A receita líquida de juros após provisões foi melhor do que o esperado, mas a perspectiva mais desafiadora para o crescimento da margem com clientes considerando a Selic mais alta (…) pode desapontar quem esperava uma recuperação mais rápida da rentabilidade patrimonial.”
O banco notou que as ações subiram cerca de 20% após a divulgação dos resultados do 2T24, e agora prevê uma recuperação mais gradual e mais longa. O BTG Pactual mantém uma recomendação Neutra para as ações do Bradesco.
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