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A edição mais recente do Relatório Focus, publicada na segunda-feira (28), mostra que a mediana das projeções dos profissionais do mercado financeiro indica uma taxa de câmbio a R$ 5,45 no fim de 2024. Na terça-feira (29), no entanto, a moeda americana encerrou o dia negociada a R$ 5,76, uma diferença a maior de 31 centavos ou 5,6%. O dólar não vai cair?
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Para os especialistas consultados pela Forbes, não. Segundo Alexandre Viotto, responsável pela mesa de câmbio da EQI Investimentos, “é muito provável que as casas que contribuem para a pesquisa Focus estejam aos poucos alterando suas previsões para uma taxa de câmbio mais próxima de R$ 6,00 ainda em 2024”.
Para ele, a perspectiva de uma vitória de Donald Trump na eleição americana de novembro e uma inflação elevada nos EUA deverão manter os juros americanos em alta. Já no Brasil, a percepção de um cenário fiscal “mais debilitado” e as tradicionais remessas ao exterior no fim do ano tendem a manter o real pressionado.
Alan Martins, economista-chefe da Nova Futura Investimentos, avalia que o desalinhamento entre as expectativas no Focus e as cotações do dólar está muito ligado às expectativas do mercado de desancoragem das expectativas de inflação, e também às perspectivas de piora da situação fiscal.
“O câmbio é altamente sensível à confiança dos investidores, e o pessimismo tende a manter o dólar elevado em momentos de incerteza”, diz Jonas Carvalho, CEO da Hike Capital. “Essa pressão geralmente se atenua, mas, no curto prazo, reflete o pior cenário, enquanto o Focus tende a olhar para o equilíbrio.”
O cenário externo é bastante importante, diz ele. “Um aumento de juros nos EUA, por exemplo, tende a valorizar o dólar e fortalecer o fluxo para fora do Brasil. Se o mercado acredita que o FED pode manter ou elevar juros por mais tempo, isso pressionará o dólar”, afirma. “Já o Focus pode estar apostando numa diminuição dessa pressão com cortes de juros pelo BC aqui e estabilização da política do FED.” Sidney Lima, analista da Ouro Preto Investimentos, vai pelo mesmo caminho. “A previsão do Focus pode não estar levando em conta a complexidade do cenário atual ou pode ser otimista em relação a uma recuperação rápida do real.”
Razões para otimismo
Não há nenhum motivo para esperar uma queda do dólar, portanto? Alguns profissionais de mercado consultados pela Forbes avaliam que o cenário não é tão tenebroso assim. Jefferson Laatus, estrategista-chefe da plataforma de educação financeira Laatus, diz que há dois motivos para esperar uma queda do câmbio. “O primeiro são cortes de juros nos EUA e na Europa, que farão o dólar e o euro migrarem para países emergentes, o Brasil entre eles, fortalecendo o Real”, diz ele.
O segundo motivo, diz Laatus, está no fato de que a preocupação fiscal está fazendo a moeda americana subir. “Mas a expectativa é que, em algum momento, essa pressão deve ser amenizada.”
Cristiane Quartaroli, economista chefe do Ouribank, avalia que “algum anúncio de corte de gastos isso tende a favorecer o comportamento da taxa de câmbio até o fim deste ano”. Para ela, os fundamentos macroeconômicos brasileiros ainda são positivos e há uma boa perspectiva de crescimento econômico neste ano. “Embora a inflação tenha dado um repique recentemente, ainda assim ela está em um nível inferior ao do ano passado”, diz ela. Tirando a questão fiscal, os fundamentos são bons.”
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