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O projeto de criptomoeda de Sam Altman, a Worldcoin, que escaneia a íris dos olhos das pessoas em troca de tokens digitais, anunciou que passará a se chamar “World”, enquanto redefine seu propósito e amplia seu escopo.
A empresa, inicialmente, foi lançada com o objetivo de fornecer uma renda básica universal, utilizando um leitor biométrico do tamanho de uma bola de basquete – chamado de “orb” – para coletar dados biométricos em troca de um pagamento único em criptomoedas. No entanto, com o frenesi causado pela IA e o sucesso do ChatGPT, desenvolvido pela outra empresa de Altman, a Worldcoin mudou seu foco para a verificação de identidade humana. Em um futuro onde a IA estará por toda parte, será necessário provar que as pessoas são humanas, e não robôs.
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Depois de escanear os próprios olhos no orb, os usuários recebem uma “World ID”, que confirma sua “identidade” dentro do sistema da World. A ideia é que as pessoas possam comprovar que não são bots, sem precisar fornecer outras informações pessoais.
A “Worldcoin já não funciona mais como nome”, disse o CEO Alex Blania, em um evento em São Francisco. Ao mesmo tempo, Altman destacou que a recém-nomeada “World” será uma camada de infraestrutura para IA, ajudando “humanos e agentes a trocarem recursos e se comunicarem”.
O Passado Controverso da Empresa de Sam Altman
A mudança de nome reflete as dificuldades que a empresa enfrentou para definir seu propósito e modelo de negócios, conforme relatado pela Forbes no ano passado. “Ainda não acertamos completamente. E está tudo bem — é algo novo e difícil”, disse Altman em uma reunião da empresa em maio de 2022, segundo áudio obtido pela Forbes. “Quando decidirmos internamente o caminho a seguir e ele ressoar com as pessoas, aí as coisas vão decolar.”
Um ex-funcionário disse à Forbes no ano passado: “A nova essência da empresa é toda sobre identidade. Eles não se consideram mais uma empresa de criptomoedas.” A remoção do termo “coin” (moeda) do nome também coincide com o declínio do mercado cripto, agravado pela queda da corretora FTX.
Durante o evento, a empresa anunciou outras novidades, incluindo uma nova versão do orb, agora com revestimento branco em vez de metálico. Além disso, a World permitirá que os usuários agendem um atendimento para escanear seus olhos em casa, com um orb sendo entregue “como se fosse uma pizza”, segundo Rich Heley, diretor de dispositivos. A empresa também instalará estações de escaneamento em cafés e lojas de conveniência ao redor do mundo, além de inaugurar experiências de verificação premium em espaços exclusivos, como na Cidade do México e Buenos Aires.
Desde antes de seu lançamento, o projeto já enfrentava controvérsias. Especialistas em privacidade alertaram sobre os riscos de explorar dados biométricos em troca de criptomoedas. Em 2022, uma reportagem do BuzzFeed News revelou que a empresa testava seus orbs em países do sul global, onde usuários de baixa renda ficaram frustrados por trocar dados biométricos por uma criptomoeda que levou anos para ser lançada. Operadores de orb — contratados para realizar os escaneamentos e também provenientes de áreas de baixa renda — relataram terem sido assediados, presos por autoridades locais e enfrentado atrasos nos pagamentos e metas instáveis.
Valor de Mercado da Tools for Humanity
Desde a fundação da World em 2019, a popularidade de Sam Altman cresceu rapidamente, impulsionada pelo sucesso da OpenAI e do ChatGPT. No entanto, a Tools for Humanity ainda ocupa um papel secundário em comparação com outras iniciativas do empresário. No início deste mês, a OpenAI anunciou que levantou US$ 6,6 bilhões, a maior rodada de investimento de capital de risco da história. Em comparação, a Tools for Humanity arrecadou US$ 150 milhões no ano passado (totalizando US$ 240 milhões, com uma avaliação de US$ 2,47 bilhões, segundo a PitchBook). Embora impressionante, ainda está longe dos números da OpenAI.
Durante o evento, Altman reiterou a importância de expandir a plataforma para criar uma rede robusta. “Uma piada que costumo fazer é: quando estiver em dúvida, aumente a escala.”
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