Forbes, a mais conceituada revista de negócios e economia do mundo.
A Colômbia fez um chamado ao mundo para a Conferência das Partes (COP16), da Convenção das Nações Unidas sobre Diversidade Biológica (CDB), em Cali, Colômbia, que começou no dia 21 de outubro e vai até 1º de novembro. Na cerimônia de abertura a biodiversidade esteve no centro dos discursos. O país anfitrião reúne mais de 190 países para abordar os desafios globais mais urgentes na proteção da biodiversidade.
Com um número recorde de mais de 21 mil delegados inscritos, a COP16 se tornou a reunião mais significativa na história desta cúpula sobre biodiversidade, atraindo representantes de quase todos os países do planeta, especialmente os que são signatários da CDB.
Leia também
“Não se pode consolidar a paz em um território sem a inclusão da diversidade, sem a inclusão dos saberes específicos, sem também fazer as pazes com a natureza”, disse Susana Muhamad, presidente designada da COP16 e ministra do Meio Ambiente da Colômbia. “E por isso, a partir desta experiência, desta busca vital, que como disse o presidente Petro, também está hoje no coração do mundo, a Colômbia é anfitriã desta COP16 para convidar o mundo a buscar essa paz com a natureza.”
Para ela, a COP16 será fundamental para o mundo dar um passo rumo à implementação do Marco Global Kunming-Montreal, adotado na 15ª Conferência das Partes da Convenção da ONU sobre Diversidade Biológica, realizada em 2022 em Montreal, no Canadá, que estabelece o cumprimento de metas para deter e reverter a perda da natureza até 2050.
“Trata-se, no fundo, de recompor a forma como vivemos, de reconfigurar o modelo de desenvolvimento, de repensar, de redescobrir como convivemos na diversidade, em um sistema que não transforme a natureza em vítima do desenvolvimento. Pelo contrário, que nossa própria reprodução como sociedade reproduza a vida”, afirmou.
Susana reforçou o que tem sido dito por especialistas, que a conservação da biodiversidade está profundamente ligada à ação climática, e que o uso extrativista dos recursos naturais gera hoje 50% das emissões de gases de efeito estufa, sendo também a causa de 90% da perda de biodiversidade. “Recuperar os ecossistemas e a natureza de forma poderosa pode contribuir em quase 40% para a solução de estabilizar o clima e o ciclo do carbono”, afirmou.
Siga a Forbes no WhatsApp e receba as principais notícias sobre negócios, carreira, tecnologia e estilo de vida
Siga a ForbesAgro no Instagram
Chamado à descarbonização
O presidente colombiano Gustavo Petro disse que é fundamental hoje trocar a dívida por ação climática. “Não pode existir o risco como critério para medir a taxa de juros, nem assim avaliar os empréstimos. Reduzir o risco da dívida do terceiro mundo é essencial. Se os fundos de capital e os fundos de pensão dos países desenvolvidos cimentam sua rentabilidade nas economias dos países pobres, deixarão a humanidade sem os instrumentos para superar a crise climática”.
Ele ainda acrescenta. “Somente mudando o risco-país por ação climática poderemos financiar o plano Marshall para que detenha a crise climática no planeta: que descarbonize toda a economia. Há uma cobrança primeiramente de risco de quem absorve o CO2 que os mega-ricos do planeta emitem; isso é um verdadeiro contrassenso mortal”, disse Petro.
Para o presidente, “quem mais emite CO2 na atmosfera são as economias fósseis, petrolíferas e carboníferas, as potências de Estados Unidos, China e Europa”, e são eles que “cobram sobretaxas de juros dos países que ainda podem absorver o CO2”, ao qual se referiu como “o gás do aquecimento global”. Ele ainda defende que haja cobrança de impostos dos países “mais ricos e predadores para eliminar o carbono da produção e do consumo”.
Agricultura familiar aliada à biodiversidade
No segundo dia da COP16, a agricultura familiar foi apresentada pela Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO) como protagonista da preservação da biodiversidade, mas que precisa de mais investimentos dos governos para alimentar o mundo e preservar a natureza.
Durante a cerimônia, o Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA) da ONU disse que a pequena produção é fundamental para a biodiversidade e para a produção de alimentos saudáveis.
Em comunicado divulgado durante a COP16, a entidade afirmou que é preciso transformar os sistemas agroalimentares em prol da biodiversidade e da produção sustentável, incluindo a adoção de sistemas agroecológicos.
Escolhas do editor
IA no WhatsApp? Veja Como Usar o Novo Recurso da Meta
Conheça a “Técnica Sanduíche” para Ter Conversas Difíceis
Como Um Imigrante Taiwanês Transformou Canos de Plástico em Bilhões
O post COP16: Descarbonização das Economias e Ação Climática Estão na Agenda da Biodiversidade apareceu primeiro em Forbes Brasil.