Com Projeto Cerrado Encaminhado, Foco da Suzano Agora é a Desalavancagem

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Considerado o empreendimento mais ousado da história da Suzano (SUZB11), o Projeto Cerrado finalmente começou a operar no fim de julho. Com as máquinas em funcionamento, o terceiro trimestre de 2024 ficou marcado como uma nova Era para a companhia. Agora, o objetivo é reduzir o nível da dívida para patamares considerados “normais”, considerando as sinalizações dadas na divulgação dos resultados do último trimestre. 

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O projeto, anunciado em maio de 2021, deu origem ao que deve ser a maior fábrica de celulose do mundo, com um potencial produtivo de 2,55 milhões de toneladas de eucalipto por ano. Quando estiver em sua capacidade total, a estimativa é que a Suzano veja um aumento de 20% de aumento em sua capacidade produtiva anual. 

Para a construção, no entanto, a companhia precisou desembolsar R$ 22,2 bilhões, aumentando a sua alavancagem e mantendo a sua estimativa de investimentos (CAPEX) elevada por diversos anos. Apesar da geração de caixa robusta, os valores sempre mantiveram os analistas em sinal de alerta. 

Getty Images

A Suzano divulgou os seus resultados na noite de ontem (25)

Com as primeiras máquinas em funcionamento na unidade de Ribas do Rio Pardo (MS), a empresa viu um aumento nos seus custos operacionais. Mas o episódio não é motivo de preocupação já que as despesas de inauguração não devem se repetir e o aumento da capacidade de produção está se mostrando mais tranquilo do que o inicialmente previsto pelos investidores e pela própria Suzano. 

Caixa reforçado

Segundo o alto escalão da companhia, a unidade mostra uma eficiência acima do esperado e já foi capaz de contribuir com uma redução do custo caixa — o valor gasto pela empresa para a produção de um produto. A estimativa é que o aumento gradual do volume produzido siga pelos próximos nove meses, com 900 mil toneladas produzidas em 2024 e outras 2 milhões nos primeiros 12 meses de operação. 

Do total projetado para ser investido no projeto, ainda restam cerca de 7% (cerca de R$ 1,5 bilhão) a serem desembolsados nos próximos trimestres. Se alguns chegaram a imaginar que a empresa manteria o seu nível de investimento elevado com potenciais fusões e aquisições, a escolha da gestão parece ser outra. 

Na teleconferência para a discussão dos números do terceiro trimestre, o CEO Beto Abreu e sua diretoria apontaram que os próximos trimestres devem ser marcados por iniciativas para a redução da dívida líquida — a alavancagem hoje se encontra no patamar de 3,1x, contra 3,2x do trimestre anterior. 

As projeções de investimento só devem ser divulgadas em dezembro, quando a companhia realizará o seu Investor Day, mas a sinalização é de que ele será significativamente mais baixo do que os dos últimos anos. Questionado sobre potenciais aquisições, Abreu afirmou que o foco é trabalhar com os “ativos que já estão em nossa carteira” e não há planos de acelerar a velocidade do programa de recompra de ações. 

“O objetivo agora é devolver a empresa para um nível de normalidade com relação a alavancagem”, disse o executivo. Ele também chamou a atenção para a confiança da empresa com relação aos preços da celulose e que, com o início da operação do projeto Cerrado, a empresa estará em “um novo ciclo de geração de caixa”, com grande resiliência para enfrentar diferentes níveis de preços com incertezas vindas da China e outros mercados consumidores. 

No último trimestre, as vendas de celulose da Suzano aumentaram 4% na comparação com os três meses anteriores em função da elevação da demanda da Ásia.

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Os números apresentados pela Suzano superaram a expectativa do mercado, principalmente por conta de um volume de produção de celulose maior do que o esperado. O Itaú BBA aponta que a depreciação do câmbio compensou parte do custo de produção mais alto. Já o Goldman Sachs mostrou certa cautela com relação às incertezas sobre a alocação de capital da companhia para os próximos anos. 

Suzano: balanço do terceiro trimestre

Receita: R$ 12,2 bilhões (+7% ante trimestre anterior)
Lucro líquido: R$ 3,2 bilhões
Ebitda: R$ 6,5 bilhões (+77% na comparação anual)
Dívida líquida: R$ 70 bilhões, com acréscimo de R$ 3,5 bi frente ao trimestre anterior. 

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