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A Petrobras tem a ambição de antecipar sua meta de neutralidade das emissões líquidas de carbono para 2035, ante o prazo atual de 2050 para atingir o chamado “net zero”, e poderá anunciar em breve uma parceria com a Vale relacionada a biocombustíveis, disse nesta segunda-feira (14) a presidente da estatal, Magda Chambriard.
“A gente acha que o net zero da Petrobras vai ocorrer bastante antes de 2050. Não quero prometer quando, mas 2035 não é impossível. Não é promessa, é uma ambição”, disse Chambriard, em café da manhã com jornalistas, sem detalhar como isso ocorreria.
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A executiva também afirmou que a companhia está trabalhando em uma parceria com a Vale em descarbonização, em iniciativa que poderá incluir o fornecimento de diesel R5 (coprocessado com óleo vegetal) e bunker (combustível marítimo) com conteúdo renovável. “Um esforço das duas maiores empresas do Brasil em prol da descarbonização”, afirmou Chambriard.
“Nós vamos ajudar a Vale a descarbonizar a sua mineração e nós vamos fazer uma parceria para as duas empresas se ajudarem”, adicionou, pontuando que a estatal poderá ofertar combustíveis com conteúdo renovável para ferrovias, caminhões e navios da Vale.
A executiva destacou que o bunker da companhia já pode conter 24% de conteúdo renovável, o que poderá favorecer a parceria com a mineradora, que também busca meios de descarbonizar suas operações.
Chamado de VLS (Very Low Sulfur) B24, o bunker com conteúdo renovável está disponível sob demanda e é resultado da mistura de bunker de origem mineral com o biodiesel, realizada em tanques específicos, segundo informações publicadas anteriormente pela Petrobras.
Já o diesel R, da Petrobras, é produzido em refinarias da petroleira por meio do processamento do petróleo junto com conteúdo renovável, como óleo vegetal ou gordura animal. Atualmente, cinco refinarias já podem produzir o produto com 5% de conteúdo renovável, segundo Chambriard.
A executiva comentou sobre decisão do Congresso de não contemplar a nova tecnologia desenvolvida pela Petrobras no programa Combustível do Futuro, que prevê incentivos de fomento à descarbonização do setor de combustíveis.
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“É um diesel renovável que ficou fora do Combustível do Futuro. Eu acho que eles ficaram com medo de nós. Eu não posso negar que a Petrobras é um senhor concorrente, mas nesse caso a gente não quer ser concorrente do agro não”, afirmou Chambriard.
“Nós vamos ser parceiros do agro, nós vamos comprar óleo vegetal do agro para fazer um diesel renovável.”
Plano estratégico
A executiva também afirmou que o novo plano estratégico da companhia 2025-2029, previsto para o fim de novembro, irá contemplar questões relacionadas à transição energética, considerando investimentos em “moléculas e elétrons”.
“Estamos, em relação ao ano passado, dando uma atenção maior do que no plano anterior para as moléculas”, afirmou, fazendo referência ao gás natural.
“Vamos fazer moléculas, vamos fazer elétrons, vamos continuar a desenvolver, vamos tentar desenvolver as coisas mais rápido… O Brasil é o país, talvez o 6º ou o 7º maior mercado consumidor de derivados do mundo, e a gente não pode fechar os olhos para isso, para as potencialidades que a transição energética nos trará em termos de derivados”.
A executiva, porém, evitou dizer se elevará ou não os investimentos no próximo planejamento. “A gente não imagina que o planejamento capote. Comparando com o do ano anterior, a gente vai dizer assim… certamente não vai ser o dobro, também não vai ser a metade, mas esse número não está fechado ainda”, afirmou.
Escolhas do editor
O diretor de Transição Energética e Sustentabilidade da Petrobras, Mauricio Tolmasquim, também afirmou na entrevista que o novo plano estratégico da empresa deverá incluir dois hubs de captura e armazenamento de carbono.
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